Automação na CASACOR propõe morar com acessibilidade e segurança
Projetos de Brunete Fraccaroli e Daniela Andrade apresentam benefícios da tecnologia dentro de casa

Com 72 projetos de arquitetura e paisagismo, a CASACOR apresenta tendências e novidades do morar para diferentes públicos e necessidades. Por vezes invisível aos olhos, a tecnologia proporciona acessibilidade, segurança e outras utilidades fundamentais.
Um recurso que ajuda no dia a dia é a automação, que consiste no uso de ferramentas eletrônicas como assistentes virtuais, aplicativos, sensores e câmeras para adequar as funções de dispositivos da casa à rotina dos moradores.
“A automação não é só a tecnologia, ela transforma o espaço de modo a torná-lo um lugar de mais bem-estar, praticidade e autonomia para o morador”, afirma Rogério Vasconcelos, sócio-administrador da Ponto On, empresa de automação e parceira da CASACOR.


Um dos ambientes com ferramentas do tipo é o da paulistana Brunete Fraccaroli, um loft de 120 metros quadrados pensado para uma pessoa com deficiência visual. “A ideia era fazer um projeto universal e de inclusão social”, comenta a arquiteta. “A proposta foi para alguém com deficiência visual, mas serve também para pessoas em cadeiras de rodas e da terceira idade.”
O espaço conta com uma Alexa (a assistente virtual da Amazon) que descreve todo o ambiente, incluindo o conteúdo das obras de arte, de nomes como Tomie Ohtake e Julio Le Parc. Caso o morador ou uma visita esbarre em uma mesa, por exemplo, sensores de vibração enviam um sinal para a assistente, que informa exatamente o tamanho e formato do móvel.
Ainda é possível pedir para abrir e fechar cortinas, ligar e desligar luzes e estabelecer horários específicos no dia para a realização automática dessas tarefas. “Queria mostrar que é possível fazer uma casa para uma pessoa com deficiência sem abrir mão do conforto, beleza e qualidade de vida”, finaliza.


No ambiente de Daniela Andrade, um café funcional de 203 metros quadrados, com banheiro e área externa, a automação entrou como aliada da segurança. O espaço recebeu câmeras inteligentes, que lhe permitiram acompanhar a obra e se comunicar a distância com pessoas no espaço.
“Tecnologia tem que ser sinônimo de simplicidade, deve ser descomplicada para facilitar os processos”, diz a arquiteta de Vitória, no Espírito Santo. Agora, com o movimento do público, é possível monitorar obras de arte como as do cearense Iury Simões.
Trata-se de uma série de 42 desenhos com figuras do Parque da Água Branca, entre habitués, ambulantes, crianças e animais. O artista visitou o parque três vezes para encontrar personagens. “Queria equidade de cor, gênero, idade e perfil”, ele conta. Em média, Simões leva doze minutos para fazer uma peça.


“A obra foi essencial para conectar o espaço com o público. É a alma das pessoas”, pontua Daniela. “O projeto é todo pensado para uma pausa em conexão com o parque. A vegetação na parte externa tem espécies nativas, o respeito ao lugar norteou bastante”, acrescenta. O paisagismo é de Ricardo Portilho.
A automação ainda está nos ambientes de Henrique Freneda, Yara Elias e Rodra Cunha, com tomadas e fechaduras inteligentes, luz automatizada e economia de energia.
A CASACOR vai até 3 de agosto, no Parque da Água Branca.
CASACOR 2025 — Parque da Água Branca. Rua Dona Ana Pimentel, 37. → Ter. a dom., 11h/20h. R$ 121,00 e R$ 200,00 (visita guiada). Grátis ter. e qua., a partir das 18h. appcasacor.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de junho de 2025, edição nº 2949