“Cake Boss” brasileiro constrói castelo de bolo com projeto arquitetônico
Produção totalmente comestível tinha 1,70 metro e roubou a cena em casamento realizado no Palácio Tangará neste final de semana
Foram cerca de três semanas de trabalho para que o designer de bolos Nelson Pantano conseguisse finalizar sua mais recente obra de arte: um doce em formato de castelo, completamente comestível, com 1,70 metro de altura e 1 metro de base.
A ousadia gastronômica foi encomendada por uma noiva que se inspirou em uma receita semelhante que viu em um casamento no Líbano. Para realizar o sonho, ela levou a referência em foto para o confeiteiro. “Num primeiro momento, fiquei receoso, teria só trinta dias pra fazer todo o trabalho. Percebi que devia ter um planejamento”, lembra Pantano.
Para erguer o palacete de açúcar, ele precisou de uma ajuda pouco provável. “Pedi que um arquiteto criasse todo o projeto da estrutura. Deveria ser bem desenhado para tudo ficar em pé daquele jeito”, explicou. O profissional escalado para traçar a ideia foi Vinícius Rocha.
Apesar de possuir no currículo bolos mais altos, Pantano garante que este foi um dos trabalhos mais difíceis que realizou. “Foi um desafio com o prazo, principalmente”, explicou.
Com o desenho em mãos, a equipe inteira da The King Cake, com cerca de quinze pessoas, colocou (literalmente) a mão na massa para erguer a construção. Todas as torres e enfeites levavam uma massa de açúcar que por sua natureza rígida permite cortes precisos com estiles e bisturis, o material traz o nome de pastilhagem.
“Uma construção como essa deve ser muito precisa. Se uma placa foi planejada para ter 64 centímetros, ela não pode ter 63 ou 64,5 centímetros”, explicou. “As torres do castelo, por exemplo, possuíam seis lados cada. Para ter sobra, eu preparava oito e escolhia as melhores.”
No resultado, o bolo ostentava quase 60 quilos. Demandou dois carros para chegar desmontado à festa, realizada no Palácio Tangará no último sábado (20). Todos os detalhes, incluindo flores, escadas, corrimões e arcos, são comestíveis. A única exceção, é claro, fica por conta das lâmpadas LED que iluminam quatro janelinhas no topo da edificação.
Aos interessados, encomendar um trabalho deste tamanho pode custar entre 35 000 e 40 000 reais. Ao ver a criação pronta, a noiva não conteve as lágrimas. “Ela tinha me dito antes que não chorava muito, pois é do signo de escorpião”, diverte-se Pantano.
O sabor escolhido foi maçã com doce de leite e damasco. No ateliê do confeiteiro, inclusive, não se faz bolo 100% decorativo, todas as criações contam com, ao menos, um andar de massa de verdade. “É uma peça de decoração e um bolo. As pessoas têm que ver e gostar, mas também é preciso ser gostoso. Faz parte do ciclo do bolo”, teoriza.
Em tempo: a The King Cake fica na Rua Texas, 404, Brooklin. O atendimento ocorre só com hora marcada.