Um roteiro por Boipeba, ilha paradisíaca no sul da Bahia
Um dos pontos turísticos do momento de viajantes europeus, é ideal para quem gosta de mar e sossego

Um oásis quase desconhecido está, aos poucos, sendo descoberto pelo mundo. No sul da Bahia, a 85 quilômetros de Salvador, uma ilha reserva praias paradisíacas, estadas relaxantes, comida farta e uma atmosfera encantadora.
Trata-se da Ilha de Boipeba, no Arquipélago de Tinharé, próxima a Morro de São Paulo e pertencente ao município de Cairu. Com uma área de 90 quilômetros quadrados, Boipeba tem uma paisagem tomada por coqueiros e um pôr do sol inesquecível. Cada vez mais viajantes europeus, especialmente italianos e franceses, estão desembarcando no destino.
O trajeto para chegar a Boipeba não é tão simples. Primeiro, é necessário pegar um voo até Salvador. Depois, há algumas opções de travessia. A mais barata envolve uma balsa até Itaparica, um ônibus até Valença e uma lancha até o destino final, demorando cerca de seis horas.

Há um ano, o processo ficou mais fácil, com o início da operação comercial de um voo de Salvador à Fazenda Pontal, no sul da Ilha de Tinharé, realizada pela companhia Abaeté, seguido de um trecho curto de jardineira e catamarã, de aproximadamente uma hora ao todo.
Prepare-se para desconectar assim que pisar os pés no pequeno porto da ilha, na Praia Boca da Barra, pois quase não há sinal de telefonia móvel. Ligada ao porto está a rua principal, com uma passarela.
À direita, em direção ao centro histórico, há o vilarejo com lojas, casas, igrejinha e praça, onde acontecem festas e feiras de artesanato aos fins de semana. À esquerda, uma série de restaurantes e pousadas pé na areia.

A maneira mais rápida de conhecer as outras praias, desde a Cova da Onça, no extremo sul, passando pela Ponta dos Castelhanos, até Moreré e Cueira, é pegar um carro “gaiola” no centro. Quem tiver mais tempo de viagem pode passar um dia em cada uma dessas localidades desertas, onde a calmaria e o sol predominam.
Pontos de parada indispensáveis no roteiro são os restaurantes Toca do Lobo, na Boca da Barra, e Guido da Lagosta, na Cueira, que servem saborosos pescados e frutos do mar.
Há drinks como a famosa caipirinha no cacau e pratos desde a tradicional moqueca de peixe até outros diferenciados, como a lagosta no mel ou com abacaxi, servida no segundo estabelecimento, do querido proprietário Agnaldo Ribeiro.


O destaque de hospitalidade é a recém-inaugurada Pousada AUKA, com diárias a partir de 1 260 reais. A vencedora do Prêmio Liv Hospitality Awards acompanhou o movimento de descoberta turística da ilha e abriu as portas no Carnaval deste ano.
Com vinte quartos, está totalmente ocupada até a folia de 2025. Cada um dos ambientes oferece uma experiência única para o viajante, com arquitetura assinada pelo escritório FGMF.


O desenho segue um mesmo “linguajar”, como define o arquiteto-sócio Fernando Forte. O espaço interno é o mesmo, mas as varandas variam em formato e layout, contendo desde uma chaise em alvenaria até um chuveirão ou cascata, todas com piscina e vista para o mar.
O projeto em estilo modernista levou cinco anos para ser executado, teve mão de obra local e restrições de fornecimento de materiais, devido à dificuldade de acesso. Tem areia, pedra e cimento como elementos essenciais e o cobogó branco, produzido em uma fábrica improvisada nos fundos do terreno, como elemento central e simbólico, emoldurando o belo horizonte do Oceano Atlântico.


Em Boipeba, a recepção é calorosa e carismática, típica do Nordeste. É a circunstância perfeita para sair da rotina, se desconectar e mergulhar em uma atmosfera onírica, sem deixar de se sentir em casa.
*Veja SP Viagem: O repórter Mattheus Goto viajou a convite do FGMF e da Pousada AUKA.
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924