Continua após publicidade

Labirintos criativos: as singularidades do artista visual Batman Zavareze

Saiba mais sobre a trajetória do criador de imersões visuais em grandes turnês, eventos como Olimpíada e G20 e espetáculos como a ópera 'Nabucco'

Por Tomás Novaes
4 out 2024, 08h30
batman-zavareze-perfil-entrevista
Batman, no Theatro Municipal: colaboração audiovisual na ópera Nabucco (Leo Martins/Veja SP)
Continua após publicidade

O conteúdo audiovisual da ópera Nabucco — em cartaz no Theatro Municipal até este sábado (5) —, projeções na Olimpíada do Rio, a experiência visual do restaurante Mesa do Lado, do chef Claude Troisgros, e a direção artística em shows grandiosos de Marisa Monte, Tribalistas, Ney Matogrosso e Natiruts. Tudo isso tem as mãos do artista visual carioca Batman Zavareze, 51.

O criador recebeu a reportagem de VEJA SÃO PAULO na sala de espetáculos do Municipal, na estreia de Nabucco, dirigida por Christiane Jatahy. “O meu trabalho é muito sobre a interseção entre teatro e cinema, e o Batman é um artista que admiro profundamente. Pensei nele para trazer a explosão da imagem para fora da tela”, conta a diretora.

nabucco-ópera-batman-zavareze
A ópera ‘Nabucco’: espetáculo visual (Larissa Paz/Divulgação)

O convite para trabalhar em uma ópera foi inédito para ele, mas desafios que alcançam terrenos desconhecidos são os seus preferidos. “Me interesso mais pelas coisas que eu nunca fiz. Se estou seguro, vou entregar algo repetido, e esse é o meu maior fracasso”, comenta.

Essa sua curiosidade teve um primeiro incentivador: o avô David. “Ele me ensinou a fabular o mundo”, conta o artista, lembrando do avô o instigando a expandir as cenas dos seus desenhos até os limites da imaginação. “Ele tem uma influência enorme no que eu faço.”

batman-zavareze-natiruts
A turnê de despedida da banda Natiruts: grandes shows em estádios (Alex Woloch/Divulgação)

Foi o amor pelos quadrinhos que rendeu o apelido que o acompanha desde a escola e a faculdade de desenho industrial — hoje, quase ninguém o chama de Marcelo. Batman começou a carreira como assistente de câmera na MTV e seguiu no ramo audiovisual em uma produtora e também como documentarista.

No fim dos anos 1990, morou na Inglaterra e na Itália, onde integrou a residência artística Fabrica. De volta ao Rio, criou o Festival Multiplicidade, em 2005. A primeira grande turnê da qual participou foi Verdade, uma Ilusão, de Marisa Monte, em 2011 — para ele, foi uma “revolução” criativa.

festival-do-futuro-batman-zavareze
O Festival do Futuro, na posse de Lula, em Brasília, em 2023: luzes no céu (Ricardo Stuckert/Divulgação)

“Trabalhamos um ano inteiro. Quando você tem esse tempo, consegue errar, arriscar e prototipar. Criei uma relação de coletivos de pessoas, para encarar trabalhos longos, de aprendizados e trocas”, explica.

Projetos cada vez maiores vieram depois, como as projeções no encerramento da Olimpíada do Rio 2016 e a direção visual do Festival do Futuro, na posse do presidente Lula em 2023.

batman-zavareze-rio-2016
A cerimônia de encerramento da Olimpíada de 2016: grandes desafios (AFP/Divulgação)

“Entendi que nós estamos em um labirinto, e, se você vai em linha reta, não tem margem para desviar. É um processo de buscar algo que hoje não está compreendido, mas amanhã pode ser um caminho”, observa.

marisa-monte-verdade-uma-ilusão-batman
Marisa Monte na turnê ‘Verdade, uma Ilusão’ (2012): vestido iluminado (Leo Aversa/Divulgação)

Em São Paulo, é possível conferir o trabalho visual de Batman na peça Ao Vivo [Dentro da Cabeça de Alguém], com Renata Sorrah, em cartaz até 1º de dezembro no Teatro do Sesi-SP, e no musical infantil Sonho Encantado de Cordel, que estreia dia 12, no Teatro Claro Mais SP.

Continua após a publicidade

No fim do ano e em 2025, devem passar por aqui as novas turnês de Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola e Martinho da Vila. No Rio de Janeiro, acontece em novembro a reunião do G20, e o evento cultural da programação, nos dias 14, 15 e 16, terá sua assinatura na direção artística.

renata-sorrah-ao-vivo-batman-zavareze
Renata Sorrah e o cenário da peça ‘Ao Vivo [Dentro da Cabeça de Alguém]’: em cartaz em São Paulo (Nana Moraes/Divulgação)

Projetos e novidades não faltam para o artista que, na correria, aprendeu a arte de valorizar o tempo. “Tenho uma relação com o tempo que, para mim, é muito cara. Eu preciso dilatá-lo, e não encurtá- lo”, afirma. ■

Continua após a publicidade

Publicado em VEJA São Paulo de 4 de outubro de 2024, edição nº 2913

Compartilhe essa matéria via:

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 49,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.