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Os rock stars das noites paulistanas

Com a agenda cheia até abril de 2014, a banda Insônica completa dez anos como uma das mais disputadas dos pubs da cidade

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 1 jun 2017, 17h33 - Publicado em 20 set 2013, 18h15
Rock Diggers
Rock Diggers (Paula Crem/)
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Em agosto do ano passado, quando o produtor musical George Nahssen, de 38 anos, levou sua filha de 4 anos ao pediatra, reparou que o médico o olhava intrigado. No fim da consulta, veio a pergunta: “Você não é o guitarrista daquela banda, a Insônica?”. A cena seria banal se envolvesse um músico pop estourado nas rádios, mas, tratando-se de um grupo da noite paulistana, sem destaque na mídia, foi uma boa demonstração de popularidade. Formada em 2003, a trupe é uma das mais disputadas nos principais pubs. “Estamos com a agenda cheia até abril do ano que vem”, conta o vocalista Fábio Fleury, 44 anos, que durante o dia atua como professor de canto. Completam o elenco o baterista Vinícius Leal, 37, dono de uma loja de varas para pesca, e o baixista Vinícius Colla. 34, que se dedica exclusivamente às performances.

Kia Ora, no Itaim, O’ Malley’s e All Black, nos Jardins, são algumas das casas que recebem as apresentações (com cachês que variam de 1 500 a 2 000 reais), ao menos entre quarta-feira e sábado. A Insônica acabou por conquistar seguidores fiéis, como o consultor financeiro Celso Procknor, que bate ponto nos shows. “Gosto tanto da performance que no início de 2012 levei minha noiva para conhecê-los e os contratei para nosso casamento.” Entre as explicações para a boa receptividade da Insônica, há o repertório de letras, bem conhecidas pelo público, composto de 250 canções, todas covers, de Elvis Presley a Maroon 5 (hits nacionais estão vetados, apesar dos apelos crescentes conforme avança a madrugada). “Precisamos ganhar a galera com as músicas certas, pois não apelamos para elementos como fantasias, perucas e piadinhas”, pondera Fleury. Pelo mesmo motivo, eles abrem mão de executar as próprias composições, desconhecidas, registradas num CD de 2007 que vendeu 2 000 cópias na base do boca a boca.

 

O sucesso ganhou impulso nos últimos anos, especialmente entre 2011 e 2012, quando o número de pubs da cidade passou de nove para catorze. Esse aumento esquentou também a carreira de outros grupos, a exemplo do Rock Diggers. Muito mal comparando, eles seriam os Rolling Stones das baladas paulistanas, enquanto o papel dos Beatles caberia à Insônica. Os rapazes do Diggers são mais puristas quanto ao repertório, elegendo apenas hits das antigas. “Faríamos muitos shows se tocássemos Coldplay, mas não vou aderir ao som ‘farofa’ para agradar à mulherada”, afirma o baterista Danillo Gonçalves. Apesar de concorrentes, eles afastam rivalidades com a Insônica. “Como são versáteis, podem fazer vários shows completamente diferentes”, elogia Gonçalves.

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Se a demanda dos estabelecimentos por bandas cresceu, o caminho inverso é igualmente verdadeiro. “Hoje recebo cerca de cinquenta e-mails por mês de gente que quer se apresentar aqui”, diz Elias Debenedetti, responsável pela programação do O’Malley’s. Para Fabio Cirello, vocalista da Rock Memory, que tem 33 anos de estrada (veja abaixo), a maior mudança nos shows de rock da cidade se refere à plateia. “O público de antes era muito mais louco, fácil de animar”, explica. Nos shows da Insônica, a sobriedade começa no palco. “Bebemos pouco porque no dia seguinte precisamos levar nossos filhos à escola”, explica Nahssen.

Três décadas de covers

Sucesso nos anos 80, o Rock Memory segue na estrada

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Na década de 80, os integrantes do Rock Memory se consagraram como astros da noite paulistana. Aos 33 anos de carreira, o grupo continua entoando os sucessos de astros do rock como Jim Morrison e Robert Plant, mas mantém apenas o vocalista Fabio Cirello de sua formação original. Com a mesma empolgação e um pouco menos de cabelo, ele se apresenta em endereços voltados para um público quase sempre mais velho que a banda, como o Charles Edward, no Itaim, e o Bourbon Street, em Moema. Tem a companhia de Horácio Rosário na guitarra, Silvio Izy no baixo e Alex Sores nos pratos. Os antigos componentes permanecem no meio artístico. O baterista Ricardo Brasa toca na banda do cantor brega Amado Batista, o guitarrista Alaor Coutinho é radialista e faz show de humor e o outro guitarrista, Egídio Conde, virou engenheiro de gravações ao vivo.

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