Protagonista do filme ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho’ se destaca em novela
Aos 20 anos, o paulistano Ghilherme Lobo já acumula dez prêmios na carreira
A letra “h” no nome de Ghilherme Lobo não é erro de digitação. Segundo o ator, sua mãe gostava da manteiga artesanal clarificada ghee e, adepta da numerologia, trocou o habitual “u” pelo “h”. Isso acabou virando um charme extra na carreira do artista. Aos 20 anos, mesmo sem ter estudado teatro, ele acumula dez prêmios de melhor ator, incluindo o troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte em 2015 por sua performance na produção Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. Agora, aparece em um dos principais papéis de Sete Vidas, a nova novela das 6 da Rede Globo. Em sua estreia na emissora carioca, o paulistano criado no bairro de Pinheiros interpreta Bernardo, um dos filhos do protagonista, Domingos Montagner.
Filho de uma musicista e de um percussionista, Ghilherme entrou para o elenco do espetáculo A Bela e a Fera com 7 anos, a mesma idade em que deu também os primeiros passos no balé (do Stagium ao Cisne Negro). Ainda nos palcos, marcou presença nos musicais Peter Pan, Teatro Castelo Rá-Tim-Bum e A Noviça Rebelde. A oportunidade de ingressar no cinema chegou aos 14, em um curta-metragem de tema delicado: Eu Não Quero Voltar Sozinho trata da paixão de um adolescente cego por um colega de escola. “Ele já veio preparado para o personagem”, relembra o diretor Daniel Ribeiro. “É intuitivo, observador e se adapta a qualquer ambiente.”
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Ribeiro usou o mesmo argumento e atores para realizar o longa-metragem Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, indicado pelo Brasil para concorrer ao Oscar 2015 e vencedor do Teddy, prêmio voltado às produções de conteúdo homossexual, no Festival de Berlim do ano passado. Além de ser parabenizado pelos fãs, Ghilherme respondeu muito a duas questões: se era mesmo deficiente visual e gay. “Dizia a minha namorada que ela era uma mulher de sorte porque, nos filmes que fiz, só beijei homem”, diverte-se.
Para atuar em Sete Vidas, o artista trocou temporariamente sua casa, na Zona Oeste de São Paulo, por um flat no Rio de Janeiro, cidade onde trabalha cinco vezes na semana, cerca de oito horas por dia. Quando termina essa rotina de compromissos, pega a ponte aérea para matar a saudade de sua gata de estimação (a vira-lata Blackout), que continua morando na residência do Butantã. Agora solteiro, Ghilherme diz que tem aproveitado as passagens pela capital para descansar da puxada rotina de gravações e planejar os próximos passos na carreira.“Quero ser um ator respeitado, e não uma peça comercial”, afirma.