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“Quero que se sintam na casa do melhor amigo”, diz Glenda Kozlowski após saída de Faustão

Escalada para substituir Fausto Silva ao lado de Zeca Camargo, apresentadora fala sobre mudança para o entretenimento e a rotina como carioca em São Paulo

Por Humberto Abdo
Atualizado em 2 fev 2024, 14h46 - Publicado em 14 jul 2023, 06h00
Apresentadora Glenda Kozlowski posa de braços cruzados sorrindo. Tem a pela branca, os cabelos longos lisos e escuros. Veste blusa branca com manga longa, uma fenda que exibe um pequeno pedaço do colo e tampa o pescoço.
Glenda Kozlowski. (Renato Pizzutto/Band/Divulgação)
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No próximo domingo (16), Glenda Kozlowski, 49, se despede do programa Show do Esporte para assumir, ao lado de Zeca Camargo, o palco antes comandado pelo Faustão na Band. Prevista para estrear em agosto, a atração será exibida de segunda a sexta, das 20h30 às 22h. Após ter se mudado para São Paulo, há dois anos e meio, a apresentadora carioca experimenta pela primeira vez o prazer e o desafio de trabalhar com entretenimento — e ter, depois de trinta anos de profissão, os fins de semana livres com a família.

Por que você topou assumir o novo programa?

Quando fui chamada para conversar, fiquei surpresa, mas não nego nada que aparece na vida, nunca neguei. Pode ser a coisa mais esdrúxula do mundo, se chegou até mim, então é um sinal.

Quais propostas “esdrúxulas” você já aceitou antes?

Por exemplo, quando me chamaram para narrar o Carnaval. Faltava um mês e vieram com “Glenda, a gente quer você apresentando, topa?”. Como assim? Carnaval eu só conhecia como foliã… E também o reality Hipertensão, que era algo completamente fora do meu ambiente. São aquelas coisas que parecem não ter nada a ver com o que estou traçando: elas dão a entender que vão mudar completamente como me vejo em cinco ou dez anos e, quando é assim, costumo não negar.

Você vai se desvincular do esporte?

É um baita desafio, mas não vou me desligar 100%, tanto que teremos muito esporte no programa, tenho uma agência que lida com essa área e minha vida é esporte. Mas será uma maneira nova de se comunicar e se vestir, além do público maior.

Qual a expectativa com essa mudança para a área de entretenimento?

Quero que as pessoas se sintam na casa do melhor amigo, quando junta todo mundo e uma turma fala de esporte, daqui a pouco citam o filme que vai estrear, o cantor que está lançando uma música… Informação com diversão e leveza. É um desafio profissional e pessoal, pois, querendo ou não, eu estava no horário do fim de semana e vou entrar nesse corre-corre semanal. Eu gosto de adrenalina.

“Não nego nada que apareça na minha vida. Principalmente as oportunidades que prometem mudar como me vejo em cinco ou dez anos”

Você já conhecia o Zeca?

Nossos caminhos sempre se cruzaram. Já fiz o Fantástico com ele quando pegava as folgas do Tadeu (Schmidt). Ele é referência no jornalismo e entretenimento, vou aprender bastante.

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Você começou sua vida no esporte surfando. Como foi parar na TV?

Sempre pratiquei muito esporte, todos que você puder imaginar. Queria ser jogadora de vôlei, futebol, remo… Cresci assim até virar atleta pegando onda de bodyboard e me tornar campeã mundial. Na adolescência, falei que queria ser atriz, então fazia aulas de teatro, dança, sapateado e canto. Com 17 anos fui chamada para a minissérie Sex Appeal e na mesma semana para apresentar um programa semanal esportivo. Acabou que eu precisava de autorização porque tinha cenas de nu lateral na série. Minha mãe não deixou e acabei aceitando a outra proposta. Me identifiquei e achava confortável fazer as entrevistas. Era de atleta para atleta.

Quais foram os maiores desafios nessa carreira?

Todo grande evento, Olimpíada ou Copa do Mundo é um grande desafio, porque são poucas horas de sono e muitas viagens. Principalmente o último, em Tóquio, com a pandemia e muitas questões de segurança. Como eu estava com os atletas brasileiros e era parte da delegação, não podia sair, nem descer na esquina. Se contraísse alguma coisa, levava para a equipe.

O desempenho de muitos times femininos no Brasil é tão bom quanto o dos masculinos, mas os salários estão longe de ser os mesmos. Essa igualdade ainda está muito distante?

Acho que já se conquistou muita coisa, de dez anos pra cá inclusive, e da última Copa pra essa. Só que ainda tem um longo caminho pela frente e não tem muito jeito, tem que ser algo trilhado mês a mês. Em outras áreas imagino que as mulheres tenham essa mesma dificuldade de conquistar a igualdade salarial, a mesma voz, o mesmo lugar na mesa. Mas nunca senti isso, nunca deixei de fazer uma pauta por ser mulher nessa maioria de homens. Há muitos anos tenho o mesmo salário que o do meu companheiro, que apresentava comigo.

Também vai ser assim no programa ao lado do Zeca?

Mesma coisa, igualzinho. Acho isso importante.

No ano passado, você ponderou qual seria o contexto da fala racista de Nelson Piquet, o que gerou críticas na internet. Se arrependeu de lidar com o assunto daquela maneira?

Quem trabalha em comunicação não pode se comunicar mal e eu usei as palavras erradas no momento errado. Tanto que trinta segundos depois já tinha feito uma carta de desculpas. Onde estava com a cabeça? Quando você está no programa ao vivo, pode acabar pecando, mas foi a primeira vez que fiz isso em trinta anos de profissão com uma repercussão tão negativa. Me arrependi e pedi desculpas.

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Fora o novo programa, tem outros projetos para lançar neste ano?

Tenho o novo podcast Pod Vir com Glenda, feito com minha amiga Virna Dias (ex-jogadora de vôlei). Vamos lançar em quinze ou vinte dias, com entrevistas variadas. A gente escolhe um tema e discute com o convidado. Com a Hortência (Marcari), vamos falar sobre menopausa. Teremos o economista Guilherme Benchimol e a Wanessa Camargo sobre separação e o relacionamento com Dado Dolabella. No total, doze entrevistas.

Que coisas legais você, como carioca, mais recomenda na capital paulista?

Recomendo qualquer restaurante! Vai experimentar! Sempre faço as mesmas coisas porque durmo cedo, mas um lugar que amo de paixão é o Clube Pinheiros, que respira esporte. Meu filho é atleta de lá e sou sócia há muitos anos. Tem coisa mais gostosa que acordar cedinho e correr no Ibirapuera? E isso é algo que vai mudar bastante porque às 9 horas da noite já estou deitada, mas agora vamos entrar no ar às 8 e meia. Sei que vou ter que me adaptar. Não vai dar mais para deitar cedo, vou dormir lá pela meia-noite, mas é uma novidade ter o fim de semana livre depois de mais de vinte anos.

E como você vai tirar proveito dos fins de semana agora?

Não tenho a menor ideia! Acho que nos primeiros vou ficar em casa parada sem saber o que fazer! (risos) Mas vou descobrir, acho que vou aproveitar para pegar a estrada de carro, visitar cidades vizinhas, no interior. E ter o prazer de poder pegar um avião no sábado de manhã só para ver a família.

Publicado em VEJA São Paulo de 19 de julho de 2023, edição nº 2850

Apresentadora Glenda Kozlowski posa de braços cruzados sorrindo. Tem a pela branca, os cabelos longos lisos e escuros. Veste blusa branca com manga longa, uma fenda que exibe um pequeno pedaço do colo e tampa o pescoço.
Glenda Kozlowski. (Renato Pizzutto/Band/Divulgação)
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