Academias inauguram espaços com mensalidades a partir de 49,90 reais
Redes famosas na cidade abrem locais para malhar sem pesar no bolso do consumidor
Na rotina da modelo Sancler Frantz, de 22 anos, fazer exercícios com regularidade é um hábito há dois anos. Para manter os 54 quilos bem distribuídos pelo 1,75 metro de altura, ela treina cinco vezes por semana na Smart Fit, no Itaim Bibi. Criada em 2009, essa academia é a versão de baixo custo da Bio Ritmo.
Para cobrar uma mensalidade a partir de 49,90 reais (o valor médio da marca principal da rede é de 300 reais), o negócio tem uma estrutura bem espartana. Oferece apenas os equipamentos básicos para musculação e exercícios cardiovasculares. Diferenciais como piscina olímpica e salas para aulas específicas, como ioga e pilates, entre outros, também não fazem parte do pacote. “O preço mais em conta foi determinante para a minha escolha”, explica Sancler. “Não faz sentido pagar caro para malhar.”
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Os investimentos em uma linha popular de serviço representam a nova aposta das grandes empresas do setor de fitness da cidade. Elas têm como objetivo roubar público das pequenas academias de bairro. Muitas destas ainda continuam firmes, apesar do acelerado processo de consolidação do setor ocorrido nos últimos anos.
A fim de evitar qualquer tipo de confusão com o negócio principal, as companhias optam por criar marcas próprias para esse segmento. Em 2012, a Smart Fit montou onze novas filiais na cidade e na região metropolitana (no mesmo período, a Bio Ritmo não inaugurou nenhuma). Outras doze unidades da linha devem surgir até o fim de 2013 em bairros como Moema e Tatuapé.
“Com a ascensão da classe C, ou criávamos um modelo compatível com esse público que quer se cuidar sem gastar muito ou ficaríamos estagnados”, conta Edgard Corona, proprietário da Bio Ritmo. A concorrência adotou a mesma estratégia de expansão, enxugando o máximo possível da infraestrutura para poder economizar e oferecer descontos. Nos modelos mais radicais, o ar condicionado é trocado por ventiladores para poupar energia.
A carioca Fórmula, pertencente ao mesmo grupo da Bodytech, chegará a São Paulo no último quadrimestre de 2013 e promete cobrar mensalidades a partir de 89 reais. Os bairros do Itaim Bibi e do Brooklin foram os eleitos para receber as primeiras das oito unidades que a rede pretende montar por aqui até 2014. “Queremos estar nas regiões onde existe uma grande concentração de escritórios, já que muita gente prefere malhar em locais próximos ao trabalho”, diz Luiz Urquiza, CEO do grupo Bodytech.
A Fórmula oferece duas opções de aula coletiva: spinning e dança. “Detectamos através de pesquisas que boa parte dos usuários enxerga a academia como um ponto de socialização, e só atividades desse tipo promovem integração”, acrescenta o executivo.
Pioneira no investimento no nicho do baixo custo na capital, a Curves abriu as portas em 2003. Atualmente, possui trinta endereços na capital, exclusivos para mulheres. Para elas, a empresa criou uma série de exercícios com aparelhos hidráulicos (que não usam peso adicional nem consomem energia elétrica) em que um único professor pode orientar até vinte alunas. “Nunca ficamos sem frequentadoras, pois toda hora tem gente disposta a sair do sofá”, garante Luciana Mankel, diretora de operações da rede, que pretende abrir duas filiais paulistanas neste segundo semestre.
A receita da economia
Algumas das estratégias adotadas pelas empresas para baratear a conta:
› Instalações menores que não têm piscina nem salas para aulas específicas.
› Vestiários mais enxutos.
› Número reduzido de funcionários. Em alguns casos, há apenas um professor para orientar a turma.
› Troca de aparelhos de ar condicionado por ventiladores para poupar energia.