“A História do Incrível Peixe-Orelha” fala sobre poluição das águas
Com música ao vivo, espetáculo em cartaz no Teatro Aliança Francesa passa a mensagem e não entedia a plateia
Prender a atenção da garotada em um espetáculo sobre preservação ambiental pode ser uma tarefa complicada. Sem cair no blá-blá-blá, a peça A História do Incrível Peixe-Orelha, em cartaz no Teatro Aliança Francesa, consegue passar a mensagem e não entedia a plateia. A montagem, de ritmo rápido, conta as aventuras de Orelha (Fabiano Augusto), um peixe milenar em extinção. Depois de acordar de uma longa hibernação, ele convoca uma assembleia para passar um recado para os outros animais: as águas do Brasil e do mundo estão poluídas, num estado gravíssimo.
Adaptação de Paulo Rogério Lopes do livro publicado em 2003 por Edson Natale e com direção de Kleber Montanheiro, a produção possui um cenário simples, formado por cinco grandes espelhos rotatórios. Ao refletirem a luz, a impressão é que o espectador está no fundo do mar. Nesse ambiente, momentos como o diálogo entre peixes-palhaços funcionam bem. Vividos por Luciana Ramanzini e Edgar Bustamante, eles são responsáveis por piadas bem divertidas. Em outra cena, o palco perde totalmente a iluminação e uma brilhante água-viva, papel de Mariana Elisabetsky, clareia o espaço para mostrar o amor dela por uma sacola plástica jogada no mar. Alessandra Vertamatti e Demian Pinto, por sua vez, fazem graça ao atuar como mãe e filho.
Com oito músicas interpretadas ao vivo pelo elenco — todos cantam e tocam instrumentos — e visual lúdico, a peça entretém e ainda ensina sobre os perigos da poluição. Só perde pontos pelos outros assuntos abordados além da ecologia (inserções curtas sobre bullying e adoção, por exemplo). No fim, uma surpresa encanta as crianças.