9 de Julho: o que aconteceu e onde foram enterrados os jovens da sigla MMDC?
Martins, Miragaia, Drausio e Camargo foram estopim para a Revolução Constitucionalista de 1932

Nesta quarta-feira (9), São Paulo celebra o feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, o maior levante armado da história paulista contra o governo federal. Embora a batalha tenha durado apenas três meses, seu impacto na política nacional e na memória coletiva do estado dura até os dias atuais. Um dos seus principais símbolos, senão o principal, é a sigla M.M.D.C., iniciais do nome dos jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
Os quatro estudantes foram mortos em 23 de maio de 1932, durante um protesto no centro da capital contra o governo provisório de Getúlio Vargas. O ato, que ocorreu em frente à sede do Partido Popular Paulista, na rua Barão do Itapetininga, que era ligado ao regime, e foi reprimido por forças leais a Vargas.
As mortes chocaram a cidade e se tornaram o estopim para a mobilização armada que começaria meses depois, exigindo uma nova Constituição para o país.
Sepultamentos e memória
Após o episódio, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Camargo de Andrade foram sepultados no Cemitério da Consolação, um dos mais tradicionais de São Paulo até hoje.
Já Euclides Miragaia foi enterrado no cemitério municipal de São José dos Campos, interior de São Paulo, cidade onde nasceu e vivia sua família.
Com a construção do Obelisco Mausoléu do Ibirapuera, nos anos 1950, os restos mortais dos quatro jovens foram transferidos para o monumento, onde também estão os restos mortais de outros combatentes da Revolução de 1932.
História viva no cemitério
Ainda hoje, o Cemitério da Consolação preserva parte dessa memória histórica. Além de abrigar monumentos e obras de arte tumular assinadas por nomes consagrados, o espaço oferece visitas mediadas ao público às segundas-feiras, às 14h. Os passeios são conduzidos por especialistas.
A iniciativa busca promover uma nova forma de olhar para os cemitérios como espaços de memória, cultura e identidade, ressaltando como a história dos heróis do M.M.D.C. ainda reverbera na paisagem urbana paulistana e na luta por democracia.
Cemitério da Consolação. Rua da Consolação, 1660. Quando: todas as segundas-feiras. Quanto: Gratuito – Reservar ingresso no Sympla.