42 vezes o Pico do Jaraguá: mostra exibe diferentes versões da montanha
Exposição gratuita reúne artistas que têm diferentes relações com o ponto mais alto da cidade
Lar de tucanos-de-bico-verde, macacos-pregos e quatis, o Pico do Jaraguá, ponto mais alto de São Paulo, virou inspiração para uma mostra recém-inaugurada no Centro. A exposição Jaraguá 1135M (nome em referência à altitude do cume), do curador Laerte Ramos, reúne 42 obras — a maioria telas, mas também gravuras e objetos — sobre o famoso morro coroado por antenas. Fica em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro, até 5 de setembro.
Quase todas as pinturas foram feitas de um ano para cá, quando Laerte começou a organizar a mostra. “Tem várias técnicas diferentes: a óleo, com cera, gravuras”, diz o curador. Foram pintadas por seis artistas: Alexandre Ignácio Alves, Ana Takenaka, Gabriela Sacchetto, Mariana Serri, Raphael Giannini e Ulysses Bôscolo. Todos possuem uma relação pessoal com o pico.
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Mariana, por exemplo, pode ver o Jaraguá da janela do ateliê, na Lapa. Ignácio contempla o morro da cozinha de casa, na Freguesia do Ó, e o local fez parte de passeios na infância. Giannini pedala no parque, nos 5 quilômetros de asfalto que levam ao topo da colina.
Na exposição, uma obra tátil de Ana Takenaka convida o público a montar com pequenos cubos de madeira a própria versão do pico em miniatura. “É o monta-monta Jaraguá”, nomeia a artista. A mostra também será acompanhada de oficinas gratuitas de desenho e pintura.
Nas visitas ao Pico do Jaraguá há três trilhas para caminhar pela natureza, lagos, churrasqueiras, pontos históricos (como um casarão do século XVI) e, claro, mirantes para ver a cidade. “Temos uma média de 500 000 visitantes por ano”, afirma Gustavo Lopes, gestor do Parque Estadual do Jaraguá. O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 7h às 17h.
Publicado em VEJA São Paulo de 16 de agosto de 2023, edição nº 2854