14ª Bienal Internacional de Arquitetura discute o futuro das cidades
Exposição gratuita, que começa quinta (18) e vai até 19 de outubro no Pavilhão da Oca, vai reunir trabalhos de 25 países

A 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, organizada pelo IABsp (Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento São Paulo), está de volta ao seu berço histórico. Após uma década de edições descentralizadas, a exposição gratuita voltará a ocupar o Pavilhão da Oca, no Parque do Ibirapuera, entre os dias 18 de setembro e 19 de outubro.
Com o tema “Extremos: arquiteturas para um mundo quente”, a Bienal de 2025 foca em como a arquitetura, o urbanismo, o design e o paisagismo podem ser ferramentas essenciais para enfrentar as mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável para o planeta.
A mostra apresenta trabalhos de 30 países, de todos os continentes, com mais de 200 projetos em exibição, além dos conjuntos apresentados nas mostras nacionais, estaduais e municipais. O Brasil, em especial, estará representado por projetos de 17 estados, contemplando todas as regiões. Neste ano, a presença internacional é reforçada com a participação de China, França e União Europeia.
Retorno às origens e caráter de arena
A decisão de voltar para o Parque do Ibirapuera, em particular a Oca, tem como objetivo centralizar as diversas visões do campo da arquitetura, do urbanismo e do paisagismo em um único espaço.
“Estamos felizes em retomar um movimento de concentração e força dessa que é a mais importante exposição de arquitetura das Américas, com uma história que começa há mais de 70 anos, em 1951, quando o IAB organizava as mostras de arquitetura dentro da Bienal de Internacional de Arte de São Paulo”, afirma Raquel Shenkman, presidente do IABsp.
Em seus quatro pisos, a Oca se transforma em uma “arena”, como descreve o curador Renato Anelli. “Evitamos propositalmente uma narrativa unívoca e colocamos em um mesmo espaço proposições decorrentes de visões de mundo diversas.
Elas se enfrentam, se complementam, divergem, convergem, desafiam o visitante a pensar suas próprias escolhas”, diz. Destaques da Exposição O público encontrará na exposição um leque de projetos que variam de soluções inovadoras a iniciativas do cotidiano. Entre os destaques, estão:
The Green Path Panamá (do Panamá): uma proposta urbana baseada em evidências científicas que busca transformar a mobilidade e adaptar o ambiente físico para promover deslocamentos a pé.
O projeto conecta cinco bairros da Cidade do Panamá por meio de corredores verdes, restauração de rios e incentivo à mobilidade ativa. A avaliação urbana identificou problemas como grandes quarteirões e poucos cruzamentos conectados.
A proposta visa restaurar essas áreas com espaços públicos integrados a um sistema de transporte multimodal, construindo uma cidade mais conectada, saudável e verde. Projeto do Estúdio JIP+ Arquitetura, Urbanismo e Engenharia.

Eixo Platina e edifício Platina 220 (do Brasil): projeto do Platina 220, edifício de uso misto no Tatuapé, zona leste, com 172 metros de altura e 50 andares — sendo o mais alto da cidade.
Ele faz parte do Eixo Platina, uma proposta de urbanização com a criação de uma nova centralidade, concebida pela Porte Engenharia em conjunto com a Königsberger Vannucchi.
Localizado em frente ao Shopping Tatuapé, o edifício combina diversos usos: lojas no térreo, hotel e unidades residenciais no terço inferior, conjuntos comerciais na parte intermediária e lajes corporativas na parte superior.
Esta diversidade visa atrair empresas para a região e reduzir os deslocamentos dos moradores para outras áreas da capital. Projeto de Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi.

LIFE COSTadapta (da Espanha): projeto nas Ilhas Canárias que propõe soluções brandas e progressivas, menos agressivas que as defesas rígidas, reforçando mecanismos naturais de autoproteção costeira. Inspirado na imunoterapia médica, defende-se uma “imunoterapia costeira”: trabalhar com a natureza e potenciar a sua resiliência.
A proposta central é a criação de charcos de maré artificiais, recifes em betão ecológico com geometrias adaptativas, que funcionam como barreira contra a subida do nível do mar e como espaço social.
Eles reduzem a energia das ondas, limitam a erosão e oferecem habitat a espécies marinhas. Com diferentes profundidades, permitem o banho, a educação ambiental e a investigação científica.
14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Pavilhão da Oca, Parque do Ibirapuera. De 18 de setembro a 19 de outubro. Gratuito