São Paulo foi único estado com alta nas vendas do comércio em março, mostra IBGE
Na média do país, o setor registrou queda de 2,5%, o pior resultado para meses de março desde 2003
As vendas do comércio varejista no estado de São Paulo registraram alta de 0,7% em março de 2020, na contramão do restante do país. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (13). As informações são do G1.
Das 27 unidades da federação, apenas em São Paulo houve crescimento das vendas na comparação com fevereiro. Na média do país, o setor registrou queda de 2,5%, o pior resultado para meses de março desde 2003 e menor taxa mensal desde janeiro de 2016 (-2,6%). No Rio de Janeiro, o recuo foi de 4,1%.
Segundo o IBGE, a queda do setor em março no país só não foi maior por causa das áreas consideradas essenciais durante o período do isolamento social, especialmente as vendas em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e bebidas (14,6%) e do segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,3%). Esses dois setores foram os únicos dos 8 pesquisados com avanços nas vendas frente a fevereiro.
“O peso de hiper e supermercado é basicamente a principal causa dessa alta de São Paulo”, afirmou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. “Temos que considerar que a capacidade de renda em São Paulo é maior que a média nacional”. O especialista explica que a participação do segmento no comércio cresceu após o fechamento do comércio de rua no estado. Na média Brasil, segundo o pesquisador, o peso de hiper é supermercados passou de 49,6% em fevereiro para 55,3% em março.
“Vale lembrar que hipermercados vendem não apenas produtos alimentícios, mas também vestuário, móveis e eletrodomésticos. Isso faz com que essa atividade tenha sofrido um rebate para cima, porque parte desses produtos tiveram as vendas transferidas das lojas especializadas para hiper e supermercados”, destaca. Na comparação com março de 2019, as vendas do comércio de São Paulo cresceram 5,4%, sendo que a atividade de hiper e supermercados teve avanço de 10,3%. Na média Brasil, houve queda de 1,2% nessa mesma base de comparação.