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O sucesso da marca de bolsas Fellipe Krein, a Michael Kors da Mooca

Com modelos grandes e chamativos como a grife americana, a empresa faturou 49 milhões de reais em 2013

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 5 dez 2016, 15h14 - Publicado em 21 fev 2014, 19h40
lina ciceri fellipe krein 2362
lina ciceri fellipe krein 2362 (Fernando Moraes/)
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Seu nome parece um trocadilho com o da grife Calvin Klein, alguns dos modelos emulam os desenhos das peças da sofisticada marca americana Michael Kors (os detratores dizem que copiam descaradamente), o QG da administração fica na Mooca, na Zona Leste, e a produção vem de fábricas chinesas. Eis um bom resumo da curiosa e bem-sucedida história da Fellipe Krein, empresa que vem se destacando no mercado de marcas populares de São Paulo. Fundada em 2007, a companhia produz mais de 100 tipos de bolsas, comercializadas em 388 lojas multimarcas da capital, entre elas Le Postiche e Inovathi, e num ponto de venda próprio no Shopping Anália Franco, no Tatuapé. Todas as peças são supercoloridas e repletas de detalhes dourados. A mais barata custa 220 reais, contra 880 reais de uma Michael Kors. Os preços competitivos em relação às importadas, mirando o público da classe C, estão entre os fatores que fizeram o negócio decolar. Em 2013, ele faturou 49 milhões de reais, o que representou um crescimento de 12% sobre a receita do ano anterior. Para 2014, a expectativa é manter a evolução de receita na casa dos dois dígitos. 

A fundadora do empreendimento é a comerciante Ineide Krein, de 61 anos, uma gaúcha radicada em São Paulo desde o início da década de 80. Antes de montar o negócio, ela produzia cintos para magazines como a C&A. Por sugestão de uma cliente, resolveu apostar no mercado de bolsas. Batizou a empreitada de Fellipe Krein, para homenagear o filho caçula (hoje ele tem 25 anos e trabalha na cervejaria Ambev), e escolheu como símbolo da grife o desenho de uma salamandra. “É uma figura que passa feminilidade e também uma personalidade forte, exatamente os conceitos que eu queria transmitir com a marca”, explica Ineide. Em 2010, ela colocou no mercado uma linha de bolsas ainda mais baratas, a Julia Arnold, nome da primogênita, com preços a partir de 160 reais.

 

Em 2012, uma propaganda involuntária na Rede Globo deu ao negócio o impulso definitivo: quando a nova-rica Carminha, vilã da novela Avenida Brasil, ajudou a colocar os holofotes sobre a grife da salamandra dourada. Durante três semanas, a personagem vivida pela atriz Adriana Esteves desfilou um modelo off-white Fellipe Krein. “No dia seguinte à primeira aparição, recebi uma enxurrada de ligações. Todos queriam a bolsa da Carminha”, lembra Ineide. Além de gerir a empresa, ela faz o papel de diretora de criação da marca. Viaja duas vezes por ano para a China, onde mantém um escritório, e também vai com frequência à Europa em busca de referências para novos modelos. Algumas estampas, como a do monograma FK, são realmente idênticas às da Michael Kors. Além da salamandra, cada item ganha detalhes como tachas, zíper e fecho de cores brilhantes, entre outros. Apesar da diversidade de cores e tamanhos, as bolsas grandes são as mais procuradas. Atingem em cheio o gosto de clientes como a empresária Lina Cíceri, dona de três Fellipe Krein. Ela elogia a variedade de divisórias e bolsos. “Dá para carregar tudo. Para completar, as peças têm um design que chama atenção por onde passo”, elogia.

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