Conheça o projeto que exalta gastronomia da periferia paulistana
A história por trás do “Prato Firmeza”, guia criado por alunos em busca dos melhores restaurantes fora do centro de São Paulo
Com mais de 12 milhões de habitantes, São Paulo tem fome. Trinta mil restaurantes servem milhares de pessoas que buscam por bons pratos tradicionais ou comidas diferentes todo fim de semana. Os restaurantes mais conhecidos quase sempre estão dentro do Centro Expandido — geralmente a região de Pinheiros, na Zona Oeste, ou a região Central, entre os bairros da Liberdade e Consolação.
E fora do Centro, como se come? De acordo com o Prato Firmeza, muito bem. Em parceria com o #hellocidades, projeto da Motorola que incentiva um novo olhar sobre as cidades em que vivemos, desvendamos o guia gastronômico que traz sugestões de restaurantes e lanchonetes em bairros distantes do centro paulistano. Afinal, explorar áreas distantes da região central da cidade em busca de novas opções de lanchonetes e restaurantes é uma excelente maneira de se reconectar com São Paulo. Conheça outras formas também no hub hellomoto.com.br.
Você tem fome de…
O livro foi lançado pela Escola de Jornalismo Énóis, projeto que incentiva jovens entre 14 e 21 anos das periferias da capital a se iniciar na prática da reportagem. No início de outubro de 2017, o guia foi indicado como um dos finalistas ao Jabuti, o maior prêmio literário do Brasil. O livro, que foi lançado sem editora, de maneira independente e com financiamento colaborativo, apareceu na lista ao lado de nomes como Bela Gil, Rita Lobo e Paola Carosella.
O próprio processo de realização do livro já fez com que a equipe saísse um pouco das próprias vizinhanças. “Eu nasci e cresci em Itaquera e, para visitar um lugar mapeado, fui até Osasco. Nunca tinha ido lá na vida, mas me disseram que a comida era realmente boa”, conta Marcela de Paula, uma das integrantes da equipe que trabalhou na produção do livro. Ela também fala sobre uma hamburgueria vegana não tão longe de casa, que só conheceu no momento em que apurava para o livro.
Além de oferecer comida boa a preços razoáveis, os estabelecimentos catalogados no livro são oportunidades de valorizar a economia das periferias e desconstruir a ideia de que tudo que está distante das áreas centrais é, necessariamente, precário ou perigoso. Além disso, conhecer esse cardápio saboroso é também conhecer os equipamentos urbanos próximos aos restaurantes listados.
E a parte mais importante: cada lugar listado no livro é uma história. “Contamos a história das pessoas além da comida. Um dos locais visitados, O Bar do Berinjela, foi a experiência mais completa que eu já tive em uma refeição. Eles são muito carinhosos. Os donos são quem tocam, administram e cozinham, a família é toda envolvida no negócio. O lugar é gostoso tanto para comer, quanto só para estar ali”, diz Marcela.
Para você também ter a oportunidade de comer bem, conhecer lugares novos e ouvir histórias inspiradoras, separamos três áreas da cidade com base no Prato Firmeza, todos com sugestões de pratos que variam entre R$20 e R$40. Agora está na hora de caprichar naquela foto do seu prato firmeza e compartilhar nas redes sociais. Use a hashtag #hellocidades e espalhe para todo mundo que seu jeito de se reconectar com São Paulo é uma delícia!
Vila Formosa (Zona Leste)
Por onde começar: Metrô Tatuapé
A Vila Formosa é um dos bairros mais antigos e tradicionais da Zona Leste de São Paulo, e as sugestões por aqui começam no Bar do Berinjela (Praça Vinte de Janeiro, 67), com receitas vegetarianas de berinjela, pimentas picantes e embutidos portugueses.
Algumas quadras adiante, em direção ao leste, quatro opções completam o rolê. O Bar do Pelé (Rua Aracê, 109) oferece frango frito (R$ 18 a porção de frango a passarinho) e litrão de cerveja a preços módicos, e, na mesma rua, a Lanchonete Minerva (Rua Aracê, 429) está há 59 anos servindo o bom e velho prato feito completo. O PF, que leva arroz, feijão, carne, salada e fritas, custa R$ 14.
Para rebater com um doce, o Açaí da Vila (Rua Saigon, 70), é uma opção para tomar um açaí reforçado, com direito a brigadeiro e calda de morango. A barca de açaí custa R$ 20. E a Bomboniere Bom Doce (Avenida Renata, 155) oferece um brigadeiro delicioso, que leva um suposto ingrediente misterioso que garante o gosto de infância. O doce custa R$ 2,50.
Cantareira (Zona Norte)
Por onde começar: Metrô Santana
Na Zona Norte da cidade, no bairro do Lauzane Paulista, é possível começar pelo Paraíso da Cachaça (Avenida Direitos Humanos, 2067), que tem bolinhos de carne (R$ 4 a unidade) e uma excelente batida de gengibre. A uns 15 minutos de ônibus dali, duas paradas gastronômicas surpreendentes: a Mocofava do Cazuza (Rua Julião Ferreira, 365) tem uma cumbuca que mistura mocotó com favas e linguiça ou carne de sol (R$ 12 a porção individual).
Um pouco mais abaixo, a Casa do Norte Nova Mandacaru (Avenida Itaberaba, 4629) oferece um ótimo custo-benefício (um dos melhores da cidade) quando o assunto é o tradicional baião-de-dois nordestino. O prato para duas pessoas é vendido por R$ 38.
Capão Redondo (Zona Sul)
Por onde começar: Metrô Capão
Na Zona Sul, próximo ao Parque Santo Dias — uma das principais áreas verdes do sul da cidade, com quadras de futsal, handebol e tênis —, comece pela Padaria Elaine (Estrada de Itapecerica, 4856), que tem várias opções de pães e bolos.
Se for de manhã, outra opção é agendar um café da manhã no Ateliê Sustenta Capão (Rua do Valboeiro, 72), cujo carro-chefe é o “Capão de mel”: pão de mel macio com casquinha crocante de chocolate.
Por último, algumas quadras para baixo do parque, uma das melhores dicas de todo o guia: a Pizzaria SP (Rua Rosário Scamardi, 67). Lá, o céu é o limite: além de muitos dos sabores tradicionais, há combinações menos comuns em outros lugares da cidade. Um grande sucesso é a pizza de estrogonofe de frango, com direito a molho e batata-palha. Os preços, além de tudo, são muito mais em conta que a maioria das pizzarias da capital. Uma pizza marguerita grande sai a R$ 27.