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Vida Boa

Por Bárbara Öberg Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A repórter Bárbara Öberg fala sobre bem estar, exercícios, saúde e novidades para melhorar a rotina.

Montanhista de primeira viagem encara a subida do pico Huayna Potosi, na Bolívia

Quem frequenta esse blog, desde que ele se chamava Cansei de Ser Gorda, sabe que esse espaço é nosso, meu e de vocês, leitores. Sempre abro espaço pra alguém contar sua história, pode ser a saga vitoriosa contra a balança ou um desafio inesquecível. Hoje, quem volta ao agora rebatizado Vida Boa é a jornalista […]

Por VEJA SP
Atualizado em 26 fev 2017, 11h02 - Publicado em 29 jul 2016, 22h23
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Quem frequenta esse blog, desde que ele se chamava Cansei de Ser Gorda, sabe que esse espaço é nosso, meu e de vocês, leitores. Sempre abro espaço pra alguém contar sua história, pode ser a saga vitoriosa contra a balança ou um desafio inesquecível. Hoje, quem volta ao agora rebatizado Vida Boa é a jornalista Luiza Pastor. Um texto delicioso sobre sua escalada às montanhas na Bolívia.

Com ela, a palavra:

Há três anos, quando um melanoma me lembrou que a vida é curta e que não há tempo a perder, resolvi estabelecer algumas metas para o médio prazo. Primeiro, foi participar de uma Corrida de São Silvestre – o que fiz em 2014. Depois, percorrer pelo menos metade do Caminho de Santiago – desafio cumprido em 2015 e registrado neste blog.

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Neste ano, resolvi encarar algo completamente diferente: subir ao cume do Huayna Potosi, montanha de 6.088 metros de altura localizada na Bolívia. No início, uma trilha razoavelmente adequada a quem, como eu, não tem a menor noção de escaladas e afins. Na reta final, uma parede de neve e gelo que leva seis horas, em média, para ser escalada, à noite e com equipamentos apropriados. E sabem de uma coisa? Não consegui realizar meu objetivo. O mais alto que cheguei foi a 5.400 metros de altura, no vizinho Pico Áustria, e pedi arrego, por falta de fôlego e condições físicas.

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Mas, então, por que a dona deste blog me chamou para contar a história de um fracasso? Bem, talvez porque, além de ser uma grande amiga, ela sabe que nem só de sucessos se constrói uma trajetória bem vivida. Nos meses anteriores à viagem, quando deveria estar me preparando fisicamente, aconteceu de aparecer aquele apartamento que há anos eu namorava, mas que exigia grandes reformas para tornar-se habitável. Ainda tentei conciliar, mas no final precisei negligenciar o treinamento para dedicar-me ao acompanhamento das obras e à decoração da minha casa dos sonhos. Quando viajei, estava praticamente tudo pronto. Tudo, menos o que eu precisaria para alcançar meu objetivo inicial na majestosa montanha da Cordilheira Real: eu.

Vá lá que fiz tudo o mais conforme previsto na programação que tinha preparado com antecedência: aclimatação de duas semanas, inicialmente no Salar de Uyuni, com temperaturas de -15 graus, e caminhadas intensivas pelas imediações de La Paz, para acostumar o corpo com a altitude. Podem chamar de purista, mas não estava em meus planos mascarar o cansaço com as célebres folhas de coca tão queridas aos nativos. Se eu pudesse subir, seria no peito e na raça. Mas fiquei devendo. Na reta final do Pico Áustria, as pernas bambeavam e as mãos mal conseguiam segurar os bastões, mesmo que o monitor cardíaco me dissesse que ainda tinha umas batidas de folga.

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Fui aconselhada pelos mais experientes a desistir e voltar outro ano, mais preparada. Pensam que foi fácil? Não foi. Desci a montanha chorando feito criança que perdeu a boneca preferida, precisei parar várias vezes porque as lágrimas não me deixavam enxergar o caminho escorregadio. Mas depois caí na real de que aceitar meus limites tinha sido a melhor opção, mesmo que a cabeça e o ego insistissem em avançar “um pouquinho mais”.  É aí que mora o perigo.

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Digerida a incapacidade, admiti que, no saldo, tinha ido muito além do que poderia esperar, aos meus quase 60 anos. Talvez tente de novo outro ano, com mais tempo para me preparar como se deve. Talvez escolha outro desafio, ainda não sei. O que realmente importa é que, pelo menos, eu tentei, e que pretendo tentar de tudo, sempre, ao menos uma vez. Nem sempre se pode ganhar – e isso é muito bom para botar a gente no seu lugar no universo. Mas sei que há muitas vitórias à frente, porque sou, antes de tudo, otimista. Além de um tanto teimosa, claro.”

Adorei, Lu! Se você tem uma história bacana que pode inspirar (e desafiar) outras pessoas, escreve pra mim. Eu respondo todos os e-mails, ainda que leve um tempo. chrismartinez@butiquedeletras.com.br Pra me seguir nas redes sociais: @blogvidaboa_ e no snap: chrismartinez4

Um beijo, até mais.

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