Com anorexia, atriz americana chega a 19 quilos e pede ajuda em vídeo
Em geral, eu uso esse espaço pra falar da nossa briga com a balança – e com muito humor. Mas hoje eu fiquei triste – e também chocada – quando me mandaram o vídeo da atriz americana Rachel Farrokh. Ela está com 19,8 quilos. E lançou uma campanha “Rachel’s Road to Recovery”, via YouTube e […]

Em geral, eu uso esse espaço pra falar da nossa briga com a balança – e com muito humor. Mas hoje eu fiquei triste – e também chocada – quando me mandaram o vídeo da atriz americana Rachel Farrokh. Ela está com 19,8 quilos. E lançou uma campanha “Rachel’s Road to Recovery”, via YouTube e mídias sociais, pra conseguir grana e se tratar numa clínica especializada nos Estados Unidos. Aí você, que está sem paciência ou pouco aí pra qualquer pessoa, vai dizer: bem feito, que mulher ignorante. #Fail.
Bem, eu não sei quem é essa moça, nem muito menos se ela foi uma atriz famosa – desculpem. Também não me dei ao trabalho de pesquisar, porque não importa quem ela seja e sim o problema grave – gravíssimo – da doença que ela sofre. Hoje foi ela, amanhã pode ser alguém perto de você (toc, toc, toc, isola).
Quando eu tinha 23 anos (hoje tenho 42) uma das minhas melhores amigas morreu justamente de magreza: pesava 40 quilos (ou menos) e teve uma falência dos órgãos. Desmaiou, e morreu. É curioso que a gente não percebe que o outro está ficando doente, porque simplesmente a pessoa começa a fugir, disfarçar. Com essa atriz não foi diferente. Ela esconde a doença há dez anos – seja por vergonha, seja por que motivo for. No vídeo, ela diz que sofre de anorexia nervosa e que sua doença é psicológica e tem consequências biológicas. Triste. O marido Ron Edmonson, que parou de trabalhar pra cuidar dela, explica que o tratamento para uma pessoa nesse estado (com tão baixo peso) tem que ser específico: se ela ingerir muitas calorias, o metabolismo irá gastar mais do que o normal, e ela perderá ainda mais peso. #Ironia.
Há dez anos, ela vem batendo cabeça, achando que pode se curar. E já passou por inúmeras transfusões de sangue, teve insuficiência renal e cardíaca. Ahhhh, você vai questionar: e por que só pediu ajuda agora? Putz, segundo o texto da sua campanha a razão foi vergonha. “As pessoas pensam que a doença é uma questão simples sobre magreza e se alimentar bem. Que basta se alimentar que ficará tudo bem. A verdade é que estas pessoas estão sofrendo tanto que querem desaparecer.” #Que dó.
O problema tá na cabeça e não no corpo, sabemos. A anorexia, veja bem, é a terceira doença crônica psiquiátrica crônica (e que mata) nos Estados Unidos (só perde pra asma e pra obesidade). Vida besta: ou explode ou definha. Esse distúrbio, que em geral vem acompanhado de bulimia, acomete mais mulheres, em particular adolescentes.E o índice de mortalidade de 5,6%, de acordo com dados da Associação de Psiquiatria Americana (APA).
Em geral, as pessoas que padecem desse mal, tem absoluta distorção das sua imagem: enxerga-se acha gorda, ainda que esteja pele sobre ossos. Ainda assim, continua com compulsão pela magreza. Vários são os motivos que podem desencadear a doença: baixa autoestima, ansiedade e fatores genéticos são alguns deles. Algumas vezes, fatores externos são o gatilho pra impulsionar a coisa.
Em tempo: gente, antes de julgar a moça, reflitam. E, antes de pensar em emagrecer, cuidem da cabeça, a mente comanda todo o resto. E isso não é clichê. Eu cansei de ser gorda, mas eu não sou magra para os padrões de beleza atuais – aliás, to bem longe, até. E nunca estive tão feliz e, o melhor, saudável, dentro da minha calça 40 (e apertadinha), tá?
Assista ao vídeo:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=DoMEqaTUfcY?feature=oembed&w=500&h=281%5D
Se você quiser me seguir no Instragram: @canseidesergorda_
E temos também uma página no Facebook: cansei de ser gorda.
Um beijo, se ame, e até mais.