Tomado por pragas, Taj Mahal, na Índia, limita a entrada de turistas
A medida foi adotada para evitar superlotação e reduzir risco de dano à construção. O local também está infestado por insetos, que deixam as paredes verdes
O Taj Mahal, uma das principais atrações da Índia – e do mundo – limitou esta semana a entrada de turistas em suas instalações. Desde domingo (1), o tempo de visita é de no máximo três horas. Antes, podia-se ficar ali dentro o dia inteiro.
O objetivo da determinação, adotada pela Agência Arqueológica da Índia (ASI), é controlar o número de visitantes para evitar uma superlotação e, assim, prevenir danos à estrutura da construção.
A medida é útil e já foi tomada anteriormente pelos responsáveis por monumentos históricos de vários países, mas não deve eliminar outras ameaças que acometem o mausoléu há tempos.
Nos últimos dias, as paredes brancas do Taj voltaram a ser tomadas por dejetos de insetos da espécie chironomus calligraphus (goeldichironomous), que crescem na região devido à poluição do Rio Yamuna, situado atrás do monumento. Os peixes comiam esses bichinhos, mas como os cardumes estão morrendo, as pestes estão se proliferando.
Os dejetos são partículas minúsculas, mas, em grandes quantidades, se destacam no mármore branco. De longe, parece que as paredes estão cheias de pó verde-escuro. Segundo a ASI, esta é a quarta vez que isso acontece em menos de três anos. A agência informou que acionou esta semana uma empresa especializada, que vai eliminar as pragas do local e limpar a construção.
Outro problema, que já dura alguns anos, é que o mármore está ficando amarelado devido à poluição das indústrias vizinhas, sobretudo de uma refinaria de petróleo pertinho dali. Com o objetivo de minimizar os danos, os arqueólogos indianos têm usado barro rico em cal para limpar as paredes.
Localizado em Agra, a cerca de 200 quilômetros de Nova Delhi, o imenso “palacete” foi erguido no século 17 pelo imperador Shah Jahan em homenagem à sua esposa favorita, Mumtaz Mahal, falecida durante o 14o parto. O Taj está construído sobre seu túmulo. Hoje, o local recebe cerca de 50 000 pessoas diariamente.