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Tiny Desk Brasil estreia com João Gomes; confira os bastidores do projeto

A Vejinha acompanhou a gravação do primeiro episódio, que vai ao ar nesta terça-feira (7), às 11h, no YouTube

Por Tomás Novaes
Atualizado em 7 out 2025, 10h01 - Publicado em 7 out 2025, 09h00
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João Gomes no Tiny Desk Brasil: primeira atração do programa (Fernanda Carvalho/Divulgação)
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Após semanas de suspense, foi revelado: João Gomes é a primeira atração do Tiny Desk Brasil, que estreia nesta terça (7), às 11h, no YouTube — a partir de hoje, os lançamentos serão semanais, sempre às terças-feiras.

Vejinha acompanhou a gravação do primeiro episódio do projeto, que é uma versão nacional e oficial do programa americano de apresentações musicais gravadas em um escritório, criado em 2008 pela rádio NPR e gravado originalmente em Washington.

Liniker, Seu Jorge e mais recentemente Luiza Brina são alguns artistas brasileiros que participaram da edição estadunidense, além de grandes estrelas como Sting, Dua Lipa, Justin Bieber, Adele, Harry Styles, Coldplay e Taylor Swift — os vídeos acumulam mais de 3,5 bilhões de views.

Como é assistir a uma gravação do Tiny Desk?

Celulares proibidos. Silenciados ou desligados, precisam estar dentro de sacos plásticos ao entrar na sala de gravação, com o famoso escritório montado com os instrumentos — o público convidado não sabe quem é o artista da vez.

Nas estantes, discos de Milton Nascimento, Noel Rosa, Gal Costa, Maria Bethânia e Rita Lee, entre outros. Detalhes como um filtro de barro e uma imagem de São Jorge completam o toque brasileiro do cenário, montado na sede do Google em São Paulo, na Avenida Brigadeiro Faria Lima.

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O cenário do Tiny Desk Brasil: gravação em escritório
Show em escritório: o cenário do Tiny Desk Brasil (Fernanda Carvalho/Divulgação)

Na manhã de 22 de setembro, após uma breve fala da produção, João Gomes e sua banda entraram em cena, com uma formação exclusiva para a apresentação, com o virtuoso Michael Pipoquinha no baixo, além de Jeovanny Sanfoneiro (sanfona), Kainã do Jêje (bateria), Gilú Amaral (percussão), Chibatinha (guitarra), Pedro Porto (violão) e Nilson Sax (flauta e sax).

Em pé e sem distrações, com atenção total à performance, a experiência é uma imersão na música em sua roupagem mais crua. Isso porque não há retorno para os músicos (ou seja, eles não recebem de volta o som que estão tocando, seja por monitores ou fones de ouvido) nem amplificação da voz — para quem está in loco, a voz soa um pouco baixa, realmente como um show desplugado.

O cantor e seu empresário, Dan Mendes, são espectadores do Tiny Desk. “Eles toparam de cara. Teve uma dificuldade de data pelo nascimento do filho do João, mas o desejo de fazer sempre foi muito claro”, diz Mariana Amabis, da produtora Amabis, que faz parte da curadoria. Segundo ela, a formação dos músicos foi uma proposta do próprio artista. “Tentamos deixar o artista o mais livre possível. É um programa de música e o artista precisa estar confortável acima de tudo. Quando fizemos a reunião, o João começou a ter ideias e trouxe todo esse elenco”, diz.

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Como o Tiny Desk ganhou uma versão brasileira?

As conversas sobre o braço brasileiro do projeto partiram dos próprios criadores. “Eles começaram a olhar para a América Latina como o próximo destino. Tive a sorte e a felicidade de receber uma ligação de colegas dos Estados Unidos, perguntando se tínhamos interesse não hesitei, disse sim na mesma hora”, conta Bárbara Teixeira, CEO da Anonymous Content Brazil, empresa que lidera o projeto, à frente do licenciamento e da produção.

O Brasil é o terceiro país além dos Estados Unidos a ter uma versão oficial do programa, após Japão e Coreia do Sul. “Do ponto de vista deles, foi o reconhecimento de um potencial de se conectar mais com o público daqui. E ter mais música brasileira, trazendo ela para um público maior, porque a marca Tiny Desk dá um respaldo, é assistida em todo o mundo”, explica Bárbara.

As negociações se estenderam por dois anos, até a entrada do YouTube como parceiro, responsável pela promoção, pela distribuição e pelo modelo comercial do projeto. Duas temporadas de cinco episódios estão confirmadas e serão lançadas ainda este ano, a primeira com patrocínio da Volkswagen do Brasil e a segunda da Heineken.

A curadoria é assinada pelos times da Anonymous Content Brazil e a produtora Amabis em diálogo com a NPR. “É uma troca criativa. Temos o pulso do mercado e do público local, e eles são uma redação de jornalistas de música muito qualificados. A gente propõe e eles dão opiniões”, explica Bárbara. O programa ainda terá entrevistas com as atrações, feitas pela jornalista Sarah Oliveira e publicadas às quintas-feiras.

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Qual o conceito do Tiny Desk?

O Tiny Desk não é somente uma apresentação musical gravada em um escritório — existem algumas condições que tornam o programa especial. A começar pela parte técnica, os músicos tocam sem retorno e amplificação de voz, assim precisando regular ao vivo os volumes dos instrumentos. “Sobre a curadoria, o filtro principal é a excelência ao vivo”, ressalta Mariana Amabis, sócia da produtora que leva o seu sobrenome, ao lado dos irmãos Gui e Rica, que colaboram na curadoria do programa brasileiro.

Outro ponto inegociável é que não há processamento de som na pós-produção, ou seja, sem efeitos nem correção de afinação. “Não tem como editar take, é uma performance ao vivo mesmo. É um desafio técnico para os artistas, já que hoje quase todos estão acostumados a tocar com retorno e a usar in-ear (fone de ouvido para ouvir o próprio som durante a apresentação)”, explica Gui Amabis.

Outra peça-chave na sonoridade do Tiny Desk é o microfone Sennheiser MKH 418-S, de formato alongado, usado para registrar as vozes. “É um microfone estéreo, de cinema, que capta o ambiente. Ele não é muito usado na música, e tem um som característico, que parece que você está ali na sala”, detalha Gui — a edição brasileira usa o mesmo modelo. “Aqui tudo é feito exatamente da mesma forma, para eles a qualidade sonora é o principal elemento do projeto. Seguimos à risca essa receita que faz o sucesso do programa”, completa.

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A liberdade criativa rege a curadoria do Tiny Desk e a relação entre a NPR e a equipe brasileira, com foco na diversidade de ritmos e no equilíbrio entre artistas novos e consagrados. “É um lugar para experimentar, testar novos arranjos, porque tem limitações bem específicas. Você não faz um show comum. A provocação é: como vou transpor a minha sonoridade para cá?”, diz Mariana.

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