Prêmio da Música Brasileira pode mudar de cidade em 2026
São Paulo é uma possibilidade de destino após problemas nos bastidores do evento no Theatro Municipal do Rio de Janeiro

O Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira (PMB) pode mudar de endereço em 2026, após mais de três décadas de história no Theatro Municipal do Rio de Janeiro — e São Paulo é uma possibilidade de destino.
A 32a edição do evento aconteceu no último dia 4, no icônico palco da capital fluminense — o prêmio, inaugurado em 1988, acontece lá desde 1993, com algumas exceções. Mas, nesta quinta-feira (12), o idealizador Zé Maurício Machline publicou uma carta aberta que revelou problemas nos bastidores.
Na nota endereçada à Presidência do Theatro Municipal, à Secretaria de Cultura e Economia Criativa e ao Governador do Estado do Rio de Janeiro, Zé Maurício pontuou falhas como as condições de uso do palco, com varas automatizadas inoperantes, o banheiro do backstage e o ar-condicionado da sala técnica inutilizáveis, uma fiscalização “excessivamente rígida e indelicada” e uma “acusação infundada” de que a equipe do prêmio teria movimentado um piano.
Ao final do texto, o criador do prêmio escreve que, apesar de propostas recebidas ao longo dos anos para levar a premiação para outras cidades, sempre optou por permanecer no Rio de Janeiro, mas “os episódios vividos nesta edição colocam essa escolha em xeque”.
Em entrevista à Vejinha concedida nesta sexta-feira (13), Zé Maurício confirmou que não há uma decisão tomada sobre o destino do PMB em 2026. “É muito recente, estamos vendo as possibilidades ainda de continuar no Rio, em outro lugar, ou ver de que forma São Paulo pode receber esse evento, se for o caso”, disse. “O que não dá mais é para trabalhar no Municipal da maneira que a gente foi recebido, isso é impossível”, afirmou.
A direção da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro disse, em nota, que “as denúncias de problemas estruturais para uso de permissionários não tem fundamento” e que “o Theatro realiza a fiscalização do uso do espaço com rigor, mas de forma respeitosa, como de praxe, para garantir a manutenção do prédio histórico”.
Ainda no comunicado, a fundação diz que “vem cobrando do permissionário o valor referente ao uso do mesmo” e também “a realização do reparo dos danos causados no prédio, entre eles, dano ao piso da área da galeria do Theatro, o manuseio indevido do piano de Chiquinha Gonzaga, parte integrante do patrimônio muselógico do Theatro, além de danos na estrutura como mármores de pilastras históricas, lâmpadas e pintura de áreas recentemente recuperadas” (confira a nota completa a seguir).
Leia a nota completa da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro
A direção da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro vem a público esclarecer que:
A realização do Prêmio da Música Brasileira, assim como outros eventos realizados no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, segue o mesmo protocolo de uso para permissionários;
A FTM reitera que as denúncias de problemas estruturais para uso de permissionários não tem fundamento. O equipamento cultural recebeu desde fevereiro *30″ eventos realizados por terceiros, entre eles ações como Festival de Ballet da Favela, 120 anos da Light, inúmeras Orquestras Sinfônica, sem qualquer manifestação neste sentido.
A Fundação recebe com estranheza as manifestações por parte do senhor José Maurício Machiline e reitera que ao contrário do divulgado em nota, o Theatro realiza a fiscalização do uso do espaço com rigor, mas de forma respeitosa, como de praxe, para garantir a manutenção do prédio histórico.
Ainda sobre o espaço, o FTM vem cobrando do permissionário o valor referente ao uso do mesmo, assinado em contrato, bem como, a realização do reparo dos danos causados no prédio, entre eles, dano ao piso da área da galeria do Theatro, o manuseio indevido do piano de Chiquinha Gonzaga, parte integrante do patrimônio museológico do Theatro, além de danos na estrutura como mármores de pilastras históricas, lâmpadas e pintura de áreas recentemente recuperadas. Além disso, somente foi alertado sobre uso indevido de cigarros e instrumentos cortantes em áreas do Theatro por parte da equipe de montagem do evento.
Para nós, é um orgulho o Prêmio da Música Brasileira ser realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um patrimônio histórico tombado pelo IPHAN e INEPAC, que requer cuidados específicos e que a equipe de servidores zela para manter como um dos mais importantes equipamentos de arte do país.