Paul McCartney em São Paulo: 31 anos de grandes shows na cidade
Onze meses após a sua maior turnê brasileira, o ex-beatle está de volta na próxima semana; confira a sua lista de pedidos para o backstage
“Eu sou da América do Sul / Sei, vocês não vão saber”, escreviam Fernando Brant, Lô Borges e Márcio Borges no final dos anos 60, na canção Para Lennon e McCartney.
Mais de seis décadas depois, não há dúvidas, Paul sabe muito bem quem somos. Onze meses após a sua maior turnê brasileira, com oito shows em 2023, o ex-beatle está de volta para três apresentações na próxima semana, em São Paulo (dias 15 e 16) e em Florianópolis (19).
Com as duas noites na capital paulista, o cantor e compositor britânico chega a treze shows feitos em São Paulo desde a sua estreia na cidade, em dezembro de 1993, no Pacaembu, para uma multidão de 45 000 pessoas.
“A Linda McCartney (ex-mulher de Paul, falecida em 1998) estava no palco, no teclado e na pandeirola. Ele tocou um repertório grande dos Beatles, foi marcante o estádio inteiro cantando Yesterday e Hey Jude”, relembra o pianista e cantor André Youssef, presente naquela noite histórica, que aconteceu três anos após a estreia brasileira de Paul, no Maracanã, com público de 184 000 pessoas.
O artista inglês voltou ao Brasil somente dezessete anos depois, em 2010, com shows em Porto Alegre e São Paulo. Os paulistanos nunca mais sentiriam tanta saudade dele, que voltou em 2014, inaugurando a agenda musical do Allianz Parque, e depois em 2017, 2019 e 2023.
“Olha, eu já perdi as contas de quantos shows do Paul eu já fui, porque, além de todos no Brasil, fui em muitos nos Estados Unidos, na Inglaterra, Irlanda, Itália. Devo ter ido em uns 80, 90”, conta Marco Antonio Mallagoli, presidente do Revolution, fã-clube dos Beatles em atividade desde 1979.
Pela primeira vez, ele não irá prestigiar o ídolo na sua cidade. “Faço uma viagem para a Inglaterra todo ano, em outubro. Ele (Paul) nunca fez show no Brasil nesse mês, sempre é no começo do ano ou em dezembro”, diz o fã, que já conheceu os integrantes dos Beatles pessoalmente, até mesmo John Lennon (1940- 1980).
“Encontrei ele em Nova York, em outubro de 1980. Conversamos, o convidei para vir ao Brasil e ele disse que, depois de uma turnê internacional em 1981, iria ligar para os outros três (Paul, George e Ringo) e decidirem o que fazer”, relata.
Os próximos shows no Allianz Parque são uma continuação da Got Back Tour, que passou por aqui em dezembro passado, com produção da Bonus Track.
Uma novidade é esperada no repertório: a “última” música dos Beatles, Now and Then, inédita até novembro de 2023, quando foi lançada graças ao uso da tecnologia.
Além da banda — com Paul “Wix” Wickens (teclados), Brian Ray (baixo/guitarra), Rusty Anderson (guitarra) e Abe Laboriel Jr. (bateria) —, a lista de pedidos para o backstage também se mantém inalterada há anos: 25 toalhas de mão pretas, mobiliário em tons neutros (nunca brancos), sem couro nem estampa animal, além de decoração com obras de artistas locais, plantas, gér- beras coloridas e rosas.
O músico viaja com um chef particular e, em cada cidade, contrata um chef especializado em comida vegetariana e outra pessoa local para fazer compras de alimentos frescos.
Aos 82 anos, Paul não parece estar próximo da aposentadoria. Mas, com duas vindas ao Brasil em menos de um ano, nunca se sabe quando ele voltará.
Segundo o especialista Marco, podemos ficar tranquilos que ele vai, mas sempre volta. “Enquanto estiver vivo, ele virá”, afirma o fã. ■
Allianz Parque. Avenida Francisco Matarazzo, 1705, Água Branca, ☎ 4800-6680. ♿ Ter. (15) e qua. (16), 20h. R$ 650,00 a R$ 990,00. 16 anos. allianzparque.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 11 de outubro de 2024, edição nº 2914