Conheça o Menos é Mais, dono da música mais ouvida do Brasil no streaming
Conjunto brasiliense de pagode lidera ranking das plataformas digitais no primeiro semestre com 'Coração Partido (Corazón Partío)'; confira a entrevista
O grupo de pagode Menos É Mais lidera o ranking de músicas mais ouvidas do Brasil nas plataformas de streaming no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da Pro-Música divulgado no início deste mês.
A canção favorita dos brasileiros nos aplicativos de música é Coração Partido (Corazón Partío), nova versão do sucesso de Alejandro Sanz, com letra em português assinada por Ricardus. O hit, lançado em novembro último pelos sambistas, acumula mais de 270 milhões de plays só no Spotify.
O cantor espanhol, compositor da música original, chegou a agradecer e elogiar grupo pela versão nas redes sociais. “A música nunca deixa de nos surpreender. Ela é verdadeira, honesta e pura, de quem a cria, de quem a interpreta e de quem a recebe. Para mim, é uma honra, obrigado por dar vida à música de uma forma tão linda”, escreveu.
Nascido na cidade de Brasília no final de 2016 e formado por Duzão (voz), Gustavo Goes (repique), Paulinho Félix (pandeiro) e Ramon Alvarenga (surdo), o grupo alcançou visibilidade nacional em 2019, com um vídeo em que cantam um pout-pourri de sucessos do pagode, embalando as músicas Melhor eu ir/Ligando os Fatos/Sonho de Amor/Deixa eu te querer.
Esse primeiro sucesso foi tamanho que o vídeo alcançou, no último dia 30, a marca de 1 bilhão de visualizações, se tornando o conteúdo de pagode mais assistido da história do YouTube.
Depois desse primeiro êxito surgiram contratos com o escritório GH Music, de gerenciamento de carreira, e também com a gravadora Som Livre. Nos últimos anos os pagodeiros seguiram a proposta de regravar grandes clássicos do gênero, ao mesmo tempo em que emplacaram músicas inéditas nas paradas, como Lapada Dela e, mais recentemente, P do Pecado.
O projeto mais recente do quarteto é a série de EPs Molho, que deve ganhar seu terceiro e último capítulo no segundo semestre. Conheça, na entrevista a seguir, mais sobre a história do grupo de pagode mais ouvido do momento.
Quero saber mais sobre a trajetória do grupo. Como tudo começou?
GUSTAVO Começamos no finalzinho de 2016, nos encontramos através da música, fazendo pagode, não temos uma história de amizade antes da música. Somos de Brasília, então no começo a gente sempre teve muita dificuldade de se projetar para o Brasil, por isso vimos a internet como único caminho possível para espalhar a nossa música. Não tínhamos rádio por perto, nem empresário de segmento, não tem nenhum artista de projeção nacional do pagode em Brasília, então a internet foi o caminho. No final de 2019 a gente lançou um vídeo que chegou agora a 1 bilhão de visualizações, e que abriu muitas portas para a gente. Estamos na melhor fase da nossa história, já rodamos o Brasil e o mundo, temos uma legião de pessoas que gostam da nossa música. Estamos realizando o grande sonho de viver de música.
À época da gravação do Churrasquinho do Menos é Mais, em 2019, que emplacou o pout-pourri Melhor Eu Ir/Ligando Os Fatos/Sonho de Amor/Deixa Eu Te Querer, vocês imaginavam esse sucesso?
DUZÃO Foi difícil até chegar o Melhor Eu Ir, a gente caminhou um pouco antes, e ninguém esperava o sucesso que se tornou. Graças a Deus as coisas deram mais que certo.
GUSTAVO A cada vídeo que a gente lançava na internet, apostávamos uma fichinha, crescíamos um pouco, mas a gente sabia que não seria do nada que a nossa vida iria mudar — mas acabou sendo do nada, esse vídeo tomou uma proporção inimaginável. E até hoje estamos colhendo os frutos dessa loucura aí.
PAULINHO E foi um projeto totalmente orgânico, não tivemos investimento, gravamos praticamente devendo já (risos), mas deu certo.
Sobre Coração Partido (Corazón Partío), como surgiu a ideia de gravar essa versão?
GUSTAVO Essa música foi um presente nas nossas vidas. Três anos antes o Paulinho e o Dudu Borges, nosso produtor musical, tiveram a ideia de se criar uma versão de Corazón Partío, mas não foi para frente. Um belo dia a gente recebeu de um compositor nosso, o Ricardus, essa versão. Foi uma coincidência maravilhosa, e, na hora que a gente escutou, sentimos que tinha potencial. Só que, até a gravação, a gente não tinha a liberação da música. Ela veio depois, semanas antes de a gente lançar. Nós sabíamos que era uma composição do Alejandro Sanz, e que, para liberar a faixa, ele precisava gostar da música. Então era um caminho não tão fácil. Quando ficamos sabendo que ele tinha liberado, ficamos muito confiantes que a música ia andar. Depois até participamos de um documentário dele por vídeo, foi muito especial, a forma como ele acolheu a música, somos muito gratos.
O que vocês acreditam que esses números, como o vídeo com 1 bilhão de visualizações e a música mais ouvida no streaming no Brasil neste ano, dizem sobre o momento do pagode em 2025?
DUZÃO O pagode sempre foi um um gênero muito popular. Para mim, é o lugar em que o pagode sempre deve estar.
GUSTAVO Enquanto grupo de pagode, somos a continuação de uma história muito grande do nosso segmento. Se hoje tanta gente escuta Menos é Mais, é porque vieram muitas pessoas antes que respeitaram o pagode. Por mais que hoje a gente vejo o reflexo disso nas plataformas digitais, o público pagodeiro não é traduzido pela quantidade de ouvintes ali nas plataformas, porque a gente sabe que é pago, muitas pessoas não têm esse acesso. Mas é uma vitória do nosso segmento.
Neste momento da carreira do grupo, como vocês equilibram as regravações de sucessos antigos com os lançamentos de músicas inéditas?
RAMON Essa pergunta traduz muito o nosso projeto atual, o Molho, em que trazemos um bloco de regravações e também uma música inédita. O lance das regravações é para a gente não perder o link do que mostrou o Menos é Mais para o Brasil, nos esforçarmos para não deixar essa linha de conexão com o nosso público morrer.
O que vocês estão preparando de novidades para este ano?
GUSTAVO Estamos no nosso melhor momento, indo para cidades que a gente nunca foi, levando grandes públicos. Vamos fazer três viagens para fora, agora para os Estados Unidos, em agosto para Portugal, e no final do ano uma turnê na Europa. Vamos continuar nessa correria de shows, porque acho que a gente tem muito a mostrar, muitas pessoas não foram em show de Menos é Mais ainda, porque é um projeto muito recente, não temos nem 10 anos de grupo, o que é muito surpreendente. Em termos de lançamentos, vamos gravar na semana que vem a última edição do projeto Molho, com mais música inédita e um bloco de regravação. E no final do ano a gente deve gravar um projeto audiovisual.
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