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Conheça o disco ‘Maria Esmeralda’, um dos melhores lançamentos do ano

O álbum assinado por Thalin, Cravinhos, VCR Slim, Pirlo e iloveyoulangelo estreia nos palcos nesta quinta (19), no Sesc Pompeia, com ingressos esgotados

Por Tomás Novaes
19 set 2024, 14h10
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Pirlo, VCR Slim, Cravinhos, iloveyoulangelo e Thalin: o quinteto criador de 'Maria Esmeralda' (Lucas Cavallini/Divulgação)
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O disco Maria Esmeralda (2024), de Thalin, Cravinhos, VCR Slim, Pirlo e iloveyoulangelo, além de outras participações especiais, é uma das novidades mais interessantes da cena musical paulistana neste ano. E, nesta quinta (19), o álbum será tocado ao vivo pela primeira vez, no teatro do Sesc Pompeia, com ingressos esgotados.

Lançado em junho pelo selo Sujoground, o álbum de rap com dezesseis faixas é denso em beats contagiantes, samples raros, rimas velozes e letras que passeiam por temas como amor, desilusão e outros conflitos pessoais.

Por vezes cinematográfica ou dramatúrgica, a obra traz uma musa central, que aparece e reaparece ao longo dos versos: a tal Maria Esmeralda que nomeia o disco. A figura fictícia parece estar presente como uma paixão distante, um amor antigo ou futuro.

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A capa do disco ‘Maria Esmeralda’: arte de Lia Ballak (Maria Esmeralda/Reprodução)

Além dos cinco produtores, a obra conta com participações de Doncesão, tchelo rodrigues, yung vegan, Servo, RUBI e Quiriku. Destaque para a apoteótica faixa Todo Tempo do Mundo, e outros pontos altos como Amarelo Cor do Sol, Dedo Cheio de AnelJudas Beijoqueiro.

Um detalhe brilhante do disco é a participação de Marília Medalha, cantora e compositora importante da MPB surgida na década de 60, e que lançou seu último disco há mais de trinta anos. Na faixa de abertura, Lúdica, ela recita um poema de sua irmã falecida, Marly Medaglia.

Sobre a participação de Marília, a produção do álbum e a preparação para o show de estreia, confira a entrevista a seguir.

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Os cinco artistas que assinam ‘Maria Esmeralda’: primeiro show acontece nesta quinta (19), no Sesc Pompeia (Lucas Cavallini/Divulgação)

Imagino que vocês estejam recebendo bastante essa pergunta ultimamente: afinal, quem é Maria Esmeralda?

VCR SLIM Em setembro de 2022, os quatro (Thalin, Cravinhos, Pirlo e iloveyoulangelo) ficaram presos dentro de um estúdio, o pessoal saiu com a chave e eles ficaram lá. Naquele dia, nasceu a primeira música, Lince, que foi lançada no SoundCloud e no YouTube. Eles curtiram o som e pensaram em fazer um projeto, então o Thales (Thalin) me convidou para participar. Nós nos reunimos e juntamos várias referências, e começamos a criar o que seria esse disco, qual vai ser o nome, o que ele significa, quem é a cara principal. Então criamos essa figura da Maria Esmeralda, que é uma personagem completamente fictícia, mas com o nome tirado de alguém real, todo um background que a gente pensou, muitas referências de músicas, filmes e histórias que conhecemos. A figura da Maria Esmeralda é essa criação de nós cinco, que dá nome, título e face para o disco.

CRAVINHOS Ela é essa personagem que está dentro de uma história que a gente tinha na cabeça, e que não é contada no disco. É um contexto no qual a gente imergiu para produzir o álbum. O disco se passa dentro dessa história.

E como funcionou essa produção coletiva, o que cada um trouxe musicalmente?

THALIN A minha participação foi principalmente a voz e as letras, mas é difícil explicar e dividir tudo em cinco. A única coisa que vejo mais é o iloveyoulangelo como o pesquisador, o cara que encontra os samples. O VCR Slim, as beats dele soam mais cinematográficas e antigas. E as beats do Cravinhos são mais hi-fi.

CRAVINHOS Toda a produção e construção do projeto foi feita coletivamente, em todos os níveis. Desde pensar na história inicial, até os processos finais, definir onde teria um delay, um reverb, uma pausa, é um trabalho que os cinco fizeram. Tem os beats do VCR Slim, os beats meus e os beats que fizemos todos juntos dentro do estúdio. Tem a curadoria do iloveyoulangelo, a curadoria e a produção do Pirlo, as letras e flows do Thalin, a master do Pirlo e a mixagem que é minha.

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VCR SLIM Acho importante dizer que não foi um processo de estúdio. Nós tínhamos um grupo no WhatsApp, e íamos mandando beats. Em alguns momentos realmente sentamos no estúdio, como em Amarelo Cor do Sol. Mas fomos fazendo aos poucos, foi um processo bem orgânico e sem muitas etiquetas.

Como a Marília Medalha, cuja voz está na intro do disco, entrou nessa história?

THALIN O meu pai é curador de um teatro, e uma vez a Marília Medalha estava na plateia. Ele viu ela e me contou, e isso tinha sido muito próximo de quando o iloveyoulangelo me mostrou várias músicas dela. Então eu consegui o contato dela, peguei o telefone e liguei, disse que era muito fã e que queria fazer alguma coisa, comentei que tinha um álbum pronto. Marcamos de se encontrar na casa dela, mostramos uma base que o Cravinhos tinha feito, e ela adorou. A Marília não lançava nada há mais de vinte anos, ela tem pouquíssimos discos. Nesse quesito, ela é muito rígida sobre o que vai lançar, então isso foi uma honra gigantesca. Na casa dela, ela foi contando diversas histórias, e começou a falar da sua irmã, que era uma poetisa e já faleceu, e começou a mostrar alguns poemas. O iloveyoulangelo encontrou um que parecia que tinha sido escrito para o nosso disco. A Marília deixou a gente gravar ela recitando o poema, então voltamos lá outro dia e gravamos. Ela até chorou na gravação, foi muito emocionante.

Desde o lançamento do disco, vi alguns elogios de nomes grandes da música brasileira, como o Daniel Ganjaman. Como vocês estão reagindo a essa recepção?

VCR SLIM É muito louco. Só para juntar com o que a gente estava falando ali da Marília, de anos depois a gente usar o poema da irmã dela no começo do nosso disco, são grandes coincidências da vida que não têm explicação. E a proporção que o álbum está tomando agora é um pouco dessa mesma sensação para mim, porque nunca houve uma tentativa mínima de transformar isso em algo comercial. Sempre foi muito claro que estávamos fazendo o disco porque a gente gostava de como as coisas soavam. E, de repente, está chegando em pessoas que a gente nunca imaginou.

CRAVINHOS Isso só foi possível pela Sujoground, através do Matheus Coringa. E outros nomes também que temos que citar são Carol e Andréia, da Correria Comunicação Criativa. Essas três pessoas foram essenciais para esse disco estar chegando nas pessoas.

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Sei que é cedo ainda para perguntar isso, mas vocês já sabem se esse é um projeto de um disco só?

VCR SLIM Já aconteceram conversas, mas acho que não. Não somos um grupo, a gente fez esse disco. Olhando o projeto em si, não tem motivo para uma sequência.

THALIN A gente fez duas músicas novas, mas Maria Esmeralda 2 não vai existir.

CRAVINHOS A ideia jamais seria fazer um Maria Esmeralda 2. Nós sendo amigos e sempre trabalhando juntos no estúdio, é possível nascer outra coisa algum dia. Mas não seria uma continuação dessa história.

Nesta quinta (19), vocês levam esse projeto para o palco, pela primeira vez. Como vai ser a dinâmica do show?

THALIN Vai ser um baita show, a formação vai ser bem fiel ao álbum e à sonoridade dele. Vai ser basicamente CDJ e microfone, além de alguns instrumentos, todos tocados pelo Cravinhos. A grande parada do show vai ser a conversa entre o VJ e a luz. Temos outros shows marcados, mas ainda não podemos falar. Estamos vendo datas fora de São Paulo, também.

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CRAVINHOS O fato de ter rolado no Sesc Pompeia permitiu que a gente tivesse toda uma equipe para pensar em luz, figurino, cenário e VJ.

VCR SLIM Quando estávamos lançando o disco, começou uma procura para ver onde seria o primeiro show. Vimos vários lugares e, de repente, caiu do céu essa oportunidade de ser no Sesc Pompeia. Isso, obviamente, virou uma chave na nossa cabeça de que não é um show de rap qualquer, é no teatro do Sesc, é outra coisa. Fizemos um trabalho muito legal e condizente com o próprio disco, e respeitamos muito a estrutura do Sesc. Acho que vai ser algo bem bonito.

Livre. Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, Pompeia, ☎ 3871-7700. ♿ Qui. (19), 21h. R$ 60,00. sescsp.org.br.

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