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Lagum lança disco em nova fase, com estúdio próprio e sem gravadora

Confira a entrevista da banda mineira sobre o álbum 'As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo' (2025), lançado nesta semana

Por Tomás Novaes
Atualizado em 28 Maio 2025, 13h10 - Publicado em 28 Maio 2025, 13h10
Lagum lança novo disco: 'As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo' (2025)
Lagum lança novo disco: 'As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo' (2025) (Breno Galtier/Divulgação)
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Lagum é uma das bandas mais consistentes e criativas do cenário pop brasileiro — e o disco mais recente do grupo mineiro, As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo (2025), comprova isso, mais uma vez.

Inserido em um cenário urbano, com uma atmosfera de introspecção de momentos dançantes, o trabalho reúne dez faixas gravadas no estúdio próprio do quarteto, em Belo Horizonte. Desde o disco de estreia Seja o Que Eu Quiser (2016), é o primeiro lançamento independente da banda, após passagem pela Sony Music nos projetos anteriores.

 

 

Com participação luxuosa de Céu na faixa Tô de Olho, o quinto disco de estúdio da banda é mais um ótimo conjunto de músicas que dialogam com um mesmo universo lírico. Destaque para as faixas Quem Desligou o Som? e As Desvantagens de Amar Alguém Que Mora Longe.

O trabalho é produzido pela banda ao lado de Paul Ralphes, com mixagem de João Milliet e masterização de Carlos Freitas.

No dia 2 de agosto, o grupo estreia a nova turnê em São Paulo, no Espaço Unimed. Confira, a seguir, a conversa com Pedro Calais, Zani, Jorge Borges e Chico Jardim — a Lagum.

O nome do disco foi extraído da primeira faixa, mas a música A Cidade me pareceu ser um centro temático, trazendo o ambiente urbano e uma certa melancolia. O que vocês podem falar sobre a atmosfera do disco? 

PEDRO É um álbum que a gente construiu em um ambiente bem urbano, em Belo Horizonte. Diferente do Depois do Fim, nosso álbum anterior, a gente fez ele inteiramente aqui, vivendo na cidade, cada um com a sua vida pessoal. Em Depois do Fim a gente foi morar junto, em uma área rural, e dessa vez estamos com o nosso estúdio no bairro de Santa Tereza, um epicentro de cultura, então a gente viveu bastante essa cidade para compor e produzir. E na parte visual também, a nossa capa é um ponto de vista aéreo do Edifício Niemeyer, um prédio clássico daqui. Então tem essa posição do ouvinte, de ouvir e conseguir se identificar nesse ambiente urbano.

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E, sobre as composições, a safra do álbum é recente, construída toda no estúdio de vocês?

PEDRO Sim. O nosso primeiro disco é um álbum independente, e agora é a primeira vez que lançamos um novo projeto de maneira independente. Além dessa parte musical, a gente teve que construir uma nova base, um novo formato de trabalho aqui em BH, o nosso próprio escritório, tudo está rodando muito aqui.

Como surgiu a ideia de convidar a Céu para gravar a faixa Tô de Olho?

PEDRO Foi algo inesperado durante o processo de finalização do disco. Originalmente era um drum and bass, e foi virando um uma espécie de dub brazuca com violão de nylon. O Zani pontuou que lembrava a sonoridade da Céu, especificamente do primeiro disco dela, que a gente ama. Nós não conhecíamos ela, só admirávamos de longe, entramos em contato na cara e coragem e ela topou participar. Mesmo à distância a gente conseguiu ter uma conexão no som, e agregou demais. Estamos muito felizes, é muito especial ter ela nesse disco.

O fato de estarem lançando de maneira independente significou uma liberdade maior na produção do disco?

CHICO Não só na produção, mas o todo exigiu muito mais responsabilidade. Porque, ao longo da nossa carreira, sempre quisemos muito estar por dentro de todas as decisões, e finalmente conquistamos essa liberdade. Mas ela vem com um preço muito alto que é administrar tudo que envolve uma banda: marketing, criação, finanças, jurídico… Sinto que, nesse momento de independência, a gente tinha uma responsabilidade muito grande de fazer acontecer e dar certo.

Quero perguntar sobre uma música em específico. As Desvantagens de Amar Alguém Que Mora Longe — o que vocês podem falar sobre a história dessa composição?

PEDRO Eu estava viajando com o João Ferreira, um grande amigo e parceiro de composição, vocalista da banda Daparte. Ele mora em São Paulo e tem uma namorada que vive em Minas Gerais. A gente também estava com outro amigo que namora à distância. Estávamos nós três sentados com as nossas namoradas do lado, e o João começou a puxar uma melodia. A gente começou a botar letra, falando de coisas sob um ponto de vista de observação, até que ele cantou: “As desvantagens…”. E eu completei: “… de amar alguém que mora longe”. A gente ficou nessa até perder o ar, e assim ela surgiu, entre três amigos falando sobre suas próprias experiências, tentando transformar elas em poesia. Logo depois, voltei para BH e e produzi a música junto com os meninos. A esposa do Jorge estava morando em Nova York na época, e lembro que, quando mostramos, todo mundo se arrepiou. É a música que mais emociona (do disco), e o final é catártico. Ela foi composta e produzida em diversas camadas e tempos diferentes, e cada um foi colocando o seu salzinho.

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Desde o disco Coisas da Geração (2019), vocês lançam um álbum a cada dois anos. Como vocês lidam com esse ritmo de lançamentos, e como manter a criatividade nessa rotina?

JORGE Uma evolução que temos tido a cada trabalho é conseguir realizar cada projeto com um equilíbrio entre saúde mental e qualidade. Os nossos últimos anos, em decorrência de tudo, a pandemia, a demanda de shows, foram muito atropelados. Como pessoas criativas, produzindo as músicas, saindo em turnê, mantemos essa roda sempre girando, mas é um ciclo muito perigoso, já vimos diversos artistas se esgotarem. Um propósito que estamos construindo é conseguir separar o tempo das coisas, para trabalhar da melhor forma possível, nos preservando como pessoas também, porque balancear isso tudo com a vida pessoal é muito difícil.

ZANI E seria mentira se a gente falasse que depois de MEMÓRIAS (de onde nunca fui) (disco de 2021) a gente lançaria álbuns de dois em dois anos, foi uma coincidência. Vamos aprendendo a lidar, os formatos vão mudando, mas estamos aprendendo cada vez mais como a gente funciona. Mas já fico doido para lançar um álbum novo.

PEDRO Tem uma pressão que eu sinto que é sobre agosto de 2026. Tem uma música nossa que se chama 2026, que fala desse mês. Fico pensando que precisamos ter algo importante ali.

O que vocês estão pensando para o show deste disco, sobre cenografia, por exemplo?

PEDRO Ccmo uma banda grande em São Paulo que não tem o mesmo tamanho em alguns interiores — por exemplo, em SP a gente consegue vender 8 000 ingressos e em algumas cidades são 1 500, 2 000 —, a gente não quer ter um pensamento limitante. Estamos pensando muito fazer algo que seja grandioso em qualquer lugar. Começamos a usar câmeras no palco e gostamos dessa estética, queremos trazer um olhar também para o nosso recurso humano: temos músicos em cima do palco, pessoas tocando instrumentos, então queremos enfatizar isso.

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CHICO Nesse álbum a gente procurou criar uma conexão maior entre entre palco e estúdio. Nos discos anteriores, as músicas no show tinham uma pegada totalmente diferente. Acredito que parte da cenografia, nesse momento em que vemos cada vez menos bandas no mercado, é a gente estar ali com os nossos instrumentos. Esse é um dos elementos fortes que a gente tem em pleno 2025 e que deve ser valorizado.

18 anos. Espaço Unimed. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda, ☎ 3868-5860. ♿ Sáb. (2/8), 22h30. R$ 192,00. ticket360.com.br.

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