3 perguntas para Joyce DiDonato: cantora apresenta ‘EDEN’ em São Paulo
A artista americana leva seu novo espetáculo para a Sala São Paulo, com a orquestra Il Pomo D’Oro e os coros infantis da Osesp e de Heliópolis
A cantora lírica americana Joyce DiDonato apresenta o espetáculo EDEN na Sala São Paulo, no dia 7, com a orquestra Il Pomo D’Oro.
O concerto, inédito no país, traz como grande tema o equilíbrio da natureza, com obras de compositores de diferentes épocas, do barroco ao contemporâneo.
Gustav Mahler, Charles Ives, Francesco Cavalli, Georg Friedrich Händel e Christoph Willibald Gluck estão entre os autores, além de Rachel Portman, que assina a obra inédita do repertório, The First Morning of the World.
A direção cênica é de Marie Lambert-Le Bihan e a iluminação é assinada por John Torres. A turnê começou em 2022, após o lançamento do disco homônimo, e já passou por mais de cinquenta cidades.
Em todos os locais por onde passa, a mezzo-soprano também engaja coros infantis a subirem ao palco e também participarem de workshops sobre meio-ambiente. Na capital paulista, serão os coros da Osesp e de Heliópolis, com um total de 95 crianças.
O concerto integra a programação de concertos internacionais da Tucca, ONG dedicada ao atendimento de crianças e adolescentes com câncer, cuja renda será revertida à instituição.
Vencedora de três prêmios Grammy e do Prêmio Olivier 2018 de Realizações Extraordinárias em Ópera, DiDonato é artista exclusiva da Warner Classics/Erato. Restam poucos ingressos.
Livre. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, ☎ 3367-9500. ♿ Qua. (7), 20h30. R$ 46,80 a R$ 480,00. salasaopaulo.art.br
3 perguntas para Joyce DiDonato
Como nasceu a ideia de EDEN?
Veio de eu ficar bastante angustiada com o estado do nosso mundo, em contraste com a perfeição da música escrita por Gluck, Handel e Mahler. Eles criam obras que refletem o que encontramos na natureza, onde há um equilíbrio inerente, ainda maior do que podemos compreender. É um convite ao público lembrar como a natureza é boa para nós, porque somos inundados por manchetes terríveis e é muito fácil entrarmos em um lugar de desespero, como se não houvesse esperança. Mas isso não é verdade, sempre há esperança.
Qual a importância da participação dos coros infantis?
O que é poderoso nisso é que damos às crianças algo concreto para estudar e aprender, e mostramos a conexão em cantar e compartilhar essa mensagem com o público, ao vivo. Já trabalhamos com mais de 3 000 crianças, teremos quase cem em São Paulo e é assim que eles aprenderão o poder de trabalhar juntos. Tem sido o projeto mais espetacular da minha vida.
Durante o desenvolvimento do projeto, você veio ao Brasil. Como foi essa viagem?
A curadoria musical de EDEN começou no Brasil. Estivemos na Sala São Paulo com In War And Peace e ficamos animados com esse formato, uma espécie de show encenado, não um típico concerto clássico. Tivemos um motorista maravilhoso que nos convidou para sua casa de praia, em Juquehy (no litoral norte). E foi lá que entendemos qual seria a peça de abertura e encerramento do espetáculo, tenho certeza que a praia nos inspirou. O Brasil tem uma tendência a nos surpreender.
Publicado em VEJA São Paulo de 26 de julho de 2024, edição nº 2903