Tem sexo explícito no filme de James Franco que abre o Mix Brasil
Cruising, que no Brasil chamou Parceiros da Noite, é um filme que Al Pacino estrelou em 1980 sob a direção de William Friedkin (de O Exorcista). Ficou polêmico à época porque a comunidade gay o considerou homofóbico. Na trama, Pacino é um detetive policial que se infiltra nos leather bars para localizar um matador de […]
Cruising, que no Brasil chamou Parceiros da Noite, é um filme que Al Pacino estrelou em 1980 sob a direção de William Friedkin (de O Exorcista). Ficou polêmico à época porque a comunidade gay o considerou homofóbico. Na trama, Pacino é um detetive policial que se infiltra nos leather bars para localizar um matador de homossexuais. Esses bares eram referência na cena noturna gay até o aparecimento da Aids, no início da década de 80. Eram frequentados por homens que se vestiam com roupas de couro e eram adeptos do sadomasoquismo.
No filme de Friedkin, o personagem de Pacino fica tão envolvido com o ambiente que, subentende-se no fim da trama, ele gostou da modalidade sexual. No início de Interior. Leather Bar., que abre o Festival Mix Brasil, em São Paulo, dia 7 de novembro e é dirigido pelo ator James Franco e o cineasta Travis Mathews, há algumas explicações sobre Cruising. Uma das afirmações é que Friedkin teve de cortar as cenas de sexo gay e que 40 minutos do longa-metragem ficaram de fora da montagem.
Eu vi Interior. Leather Bar., gostei e, embora apontado como pretensioso e arrogante, James Franco tem culhão como poucos astros de Hollywood. A ideia de “recriar” esses 40 minutos perdidos é apenas um pretexto para os realizadores fazerem uma audaciosa mistura de documentário e ficção – e é muito espirituoso o formato para mostrar onde começa a realidade e onde acaba a imaginação.
O início traz a dupla de cineastas entrevistando o ator Val Lauren e tentando explicar o que é o projeto. Lauren, hétero e casado (assim somos convencidos), pede um script, mas não há. As cenas na boate, onde vai rolar sexo explícito, serão feitas no calor da hora. Franco e Matthews querem causar no protagonista de seu filme a mesma expectativa e reação que teve o personagem de Pacino em Parceiros da Noite. Ou seja: como é para um ator heterossexual “entrar” num papel em que, muito provavelmente, terá de dar beijos e amassos, além de participar de cenas sadomasôs, com outro cara?
Há várias sequências que parecem verídicas, mas, no fundo, são encenadas. Nem tudo é verdade ou nada é verdade. Não importa! Isso, porém, não tira de Interior. Leather Bar. sua cara vanguardista. Em um dos melhores momentos, Franco tem um papo reto com o ator principal que fica, constantemente, se perguntando qual o objetivo do filme. Franco abre a boca de uma forma corajosa. Diz estar cansado de ver no cinema só filmes românticos entre casais héteros e critica por não haver sexo entre homens nos filmes. O astro, que estrelou, entre outros, Planeta dos Macacos: a Origem, 127 Horas e Oz – Mágico e Poderoso (da Disney!!), levantou uma questão, uma bandeira e espero que ainda tenha muito a dizer.
Anote aí: Interior. Leather Bar. será exibido para o público dia 9 de novembro, às 22h, no CineSesc, e dia 11, às 20h, no Espaço Itaú de Cinema. No Rio de Janeiro, será exibido no Odeon, dia 20 de novembro, às 19h.
Assista ao trailer abaixo
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=74AnBwNJoVk?feature=oembed&w=500&h=281%5D
Gostou deste post? Então clique aqui para curtir a página do meu blog no Facebook e ter mais informações sobre cinema!