Por que La La Land deve ganhar, no mínimo, sete prêmios no Oscar
Minha defesa ao melhor filme dirigido por um americano nos últimos anos
Li alguns comentários na minha página do Facebook de pessoas que não estão gostando de La La Land – Cantando Estações. Todo mundo tem o direito de gostar ou não de um filme – é democrático, eu gosto e sempre falo isso nas minhas transmissões, às quintas, no Periscope e no Facebook Live da VEJA SÃO PAULO.
Venho, então, por meio deste post, defender, com unhas e dentes, que La La Land é excepcional. Tanto que eu já vi duas vezes e veria uma terceira, quarta, quinta… Falando em ver, já assisti a praticamente todos os filmes que, com La La Land, devem disputar o Oscar. Até o Último Homem, Moonlight, Manchester à Beira-Mar, A Chegada, A Qualquer Custo, Estrelas Além do Tempo… Nenhum deles possui a criatividade de La La Land.
O diretor Damien Chazelle tem apenas 31 anos e, na minha modesta opinião, já entrou para a história por fazer um musical que rende homenagem aos musicais. Das danças de Fred Astaire e Ginger Rogers passando pelas coreografias e o colorido de West Side Story, La La Land tem um pouquinho de Moulin Rouge, de New York, New York, dos balés aquáticos de Esther Williams… Ponto para Chazelle!
Los Angeles é a outra homenageada. Por fora, parece um ninho de festas luxuosas e crepúsculos rosados. Por dentro, uma cidade penosa para quem quer trilhar o caminho do cinema (a personagem de Emma Stone) ou da música (o tipo jazzista “cool” de Ryan Gosling). La La Land trata, sobretudo, de um romance de altos e baixos como tantos outros (com um detalhe imprevisível no desfecho, diga-se de passagem).
Visualmente, porém, seu resultado é, no mínimo, arrebatador. Os planos-sequências nos números musicais são deslumbrantes. Eu disse plano-sequência, sem cortes, feito de uma tacada só! Com o perdão do trocadilho, o diretor acerta o passo em imagens captadas com arrasadora direção de fotografia. Diga-me: qual cineasta teve peito de jogar uma câmera dentro de uma piscina e, do ponto de vista da água, conseguir um efeito tão formidável?
Além de olhos sensíveis, Chazelle tem ouvidos, agora vou ousar, quase tão bons quanto os de Quentin Tarantino. A magistral trilha sonora de Justin Hurwitz (o mesmo de Whiplash, primeiro longa de Chazelle) não me sai da cabeça. Duvido que, quem gostou de La La Land, já não tenha procurado a canção City of Stars para ouvir na internet.
Diante de tantos elogios que eu rasguei, me custa a acreditar que o filme esteja deixando parte das plateias decepcionada. Ok, também já fui vítima da imensa expectativa que gera frustração – o mais recente caso foi com Moonlight, o principal rival de La La Land no Oscar. Mas para quem gosta de cinema superlativo (e não de telefilmes no cinema, o que acontece em muitos casos), La La Land cumpre o que promete.
Foram catorze indicações ao Oscar, um feito que só A Malvada e Titanic conseguiram, e estou torcendo para o longa-metragem levar, no mínimo, sete estatuetas: melhor filme, direção, canção (City of Stars), trilha sonora, fotografia, edição e roteiro original. Discussões sobre as escolhas da vida com drama, humor, paixão, música e jazz que fazem rir e emocionam. Caso você não tenha se rendido a La La Land, faço um desafio: qual outro filme americano, dirigido por um americano, foi melhor no último ano?
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