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Netflix: Rafael Cortez indica filme sobre uma lenda do flamenco

O humorista faz show de seu novo álbum, MPB — Música Naquele Tempo, nesta sexta (16), às 22h, na Casa Natura Musical

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 ago 2019, 17h57 - Publicado em 15 ago 2019, 17h56
 (Priscila Prade/Divulgação)
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Rafael Cortez ficou famoso como integrante do CQC, embora, formado em jornalismo, tenha feito, antes, carreira na imprensa. Após o fim do programa na Band, teve passagens pela Record e Globo. A música, porém, sempre esteve presente em sua vida. E, não à toa, Cortez se apresenta nesta sexta (16), às 22h, na Casa Natura Musical, as músicas de seu novo álbum, MPB — Música Naquele Tempo.

Convidei Rafael para dar uma dica de um filme ou série para ver em casa e, ao contrário da maioria, ele escolheu um filme, ou melhor, um documentário sobre um artista que ela gosta muito. Confira abaixo seu texto.

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Camarón de la Isla (1950-1992) é tema do documentário (Divulgação/Divulgação)

“Assisti na Netflix ao sensacional Camarón — The Film (ou Camarón: Flamenco y Revolución), de Alexis Morante. Trata-se do longa-metragem (não confundir com a série de uma temporada, também na Netflix) a respeito da grande lenda da música flamenca Camarón de la Isla (1950-1992), popular cantor espanhol de gigantesca notoriedade e, até hoje, o maior nome do flamenco, dividindo o posto, talvez, com o violonista conterrâneo Paco de Lucía.
O documentário tem a grande sacada de usar uma edição moderna, repleta de elementos gráficos descolados, que dão um ar jovial à cultura flamenca, tida como austera, tradicional e robusta, na qual a inovação com o jazz e novas tendências musicais (de que Paco de Lucía foi precursor) nunca foram bem-vistas pelos puristas. Tem ainda uma roupagem contemporânea, basicamente jovem, com tema que nos remete a tradições milenares e a uma disciplina quase espartana em estilo e ritmo. Ou seja, a opção estética e a narrativa honram bem a memória de Camarón, um precoce cantor prodígio das periferias espanholas flamencas que, já reconhecido, adotou a linha do sempre amigo e maior parceiro Paco para se reinventar e alçar o gênero a patamares mundiais. Ele o fez fundindo-o com outros estilos musicais, o que possibilitou que ele ganhasse o status de um quase pop star, como Bono Vox ou Elton John.
Para mim, apaixonado pela música flamenca, foi gratificante acompanhar a jornada de Camarón: suas escolhas, dedicação, a vocação para o canto rasgado e o talento inato, quase transcendental. Grandes momentos musicais de Camarón, bem como depoimentos de amigos e parceiros, recheiam o filme. Há também significantes passagens de sua vida pessoal, como seu casamento com “La Chispa” (que o conheceu quando tinha apenas 16 anos) e o triste fim, com um câncer de pulmão. É daqueles filmes que fazem a gente querer cantar como um cigano, dançar como um Antonio Gades ou tocar como Tomatito, outro violonista parceiro de Camarón. Até lembrarmos que seria preciso nascer de novo. E na Andaluzia, é claro, para, ainda assim, tentar a sorte para, como numa loteria, entrar com um único bilhete”.

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> Camarón — The Film está disponível na Netflix

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