Luciano Camargo revela seus filmes, atores e diretores prediletos
Em 1999, eu era repórter do Diário Popular (hoje Diário de São Paulo) e sugeri fazer uma matéria sobre os bastidores de um show de Zezé Di Camargo e Luciano. Não era e não sou fã de música sertaneja, mas, segundo diziam, o espetáculo da dupla seria inigualável no gênero. Fui até uma academia em […]
Em 1999, eu era repórter do Diário Popular (hoje Diário de São Paulo) e sugeri fazer uma matéria sobre os bastidores de um show de Zezé Di Camargo e Luciano. Não era e não sou fã de música sertaneja, mas, segundo diziam, o espetáculo da dupla seria inigualável no gênero. Fui até uma academia em Moema onde o balé estava ensaiando, sempre acompanhando da Arleyde, assessora de imprensa dos irmãos.
Entrevistei a Wanessa (até então uma jovem dançarina) e fiquei esperando por Zezé. Quem chegou primeiro foi o Luciano. Começamos a conversar e me apresentei também como crítico de cinema do jornal. Foi ali que descobri que, além de cantar, Luciano era cinéfilo e adorava novelas. O papo durou horas e se estendeu à (extinta) casa de shows Olympia, onde eles iriam ensaiar.
Entrevistei Luciano outras vezes e acompanho sua carreira e sua vida até hoje. Gostei muito quando ele topou falar de suas preferências na seção Eu e o Cinema.
Lembra quando foi ao cinema pela primeira vez? Ainda morava em Goiânia, trabalhava em um banco e, quando saía pra fazer algum serviço na rua, entrava de graça no cinema.
E qual era o filme? Lembro como se fosse hoje: Aventureiros do Bairro Proibido (1986), com Kurt Russell.
Qual foi efetivamente sua contribuição no filme 2 Filhos de Francisco? Minha maior contribuição foi incentivar o (diretor) Breno Silveira a fazer o filme. Lembro que chegou um momento que todo mundo deu pra trás e, aí, eu liguei pra ele e falei: “vamos fazer esse filme nem que for apenas nós dois”. Também corri atrás de apoio na capitação, mas isso foi mais fácil.
Não teve vontade de continuar no cinema depois do sucesso de 2 Filhos de Francisco? Se eu tivesse tempo, gostaria de produzir. Tem muita gente escrevendo bem no Brasil, mas faltam produtores que pensem mais no cinema brasileiro do que no retorno financeiro. O dinheiro tem de ser consequência de um trabalho e filme não é publicidade.
O Thiago Mendonça interpretou você em 2 Filhos de Francisco e, neste ano, viveu Renato Russo em Somos Tão Jovens. Chegou a ver o filme? Vi e gostei muito. O Thiago Mendonça é um dos melhores atores de sua geração.
Já chegou a chorar no cinema, sem ser em 2 Filhos de Francisco (risos)? É engraçado, mas eu não chorei vendo 2 Filhos de Francisco. O que me comoveu foi ver meus pais entrando pela primeira vez em um cinema para ver a história deles. E, sim, chorei muito em Titanic (risos).
Algum filme marcou sua vida? Sim, vários, mas vou dizer apenas um que, até hoje, eu assisto e me emociono. É o iraniano Filhos do Paraíso (1997).
Quais são seus filmes preferidos? A lista é grande. Além de Filhos do Paraíso e 2 Filhos de Francisco, gosto de Meia-Noite em Paris, Dogville, Avatar, Central do Brasil, E.T., Rocky Balboa, O Silêncio dos Inocentes, Um Estranho no Ninho, O Palhaço, Narradores de Javé, Bicho de Sete cabeças, O Senhor dos Anéis, Labirinto do Fauno, E o Vento Levou, Kill Bill, Pulp Fiction, A Pele que Habito….
E seus diretores prediletos? Sei que vou ser injusto com alguns, mas tenho que escolher: Pedro Almodóvar, Woody Allen, Breno Silveira, Martin Scorsese, Laís Bodanzky, James Cameron e Quentin Tarantino.
E à frente das câmeras, você gosta de quem? Selton Mello, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Jude Law, Jodie Foster, Robert De Niro, Al Pacino, Sean Penn, Marlon Brando, Dira Paes, Antonio Fagundes, Nicole Kidman, Natalie Portman, Marilia Pera, Glória Pires, Tony Ramos, Ângelo Antônio, Matheus Nachtergaele, José Dumond…
Qual seu critério para escolher um filme? Por ter lido uma crítica, por causa do diretor e dos atores. Lembro que vi um filme por causa da trilha sonora e me encantei. Era O Violino Vermelho.
Você gosta muito de novela e já teve o sonho de ser ator. Ainda tem vontade de atuar? É verdade, eu amo ver novela! Acho mágico o trabalho de atuar porque você pode dar vida a vários personagens diferentes. Mas meu sonho de ser ator já passou (risos).
Mas, se pudesse voltar no tempo, qual profissão teria escolhido? Não me vejo fazendo outra coisa na vida a não ser cantar.
O que mudou no cinema ao longo dos anos? Sem dúvida, a tecnologia. Quando cheguei em São Paulo, vindo de Goiânia, entrei pela primeira vez em uma videolocadora e fiquei maluco com a possibilidade de levar um filme pra casa. Hoje, podemos locar diretamente dos canais fechados.
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