Carreira do diretor Eduardo Coutinho é relembrada em belo documentário
Banquete Coutinho tem exibição nesta quarta no Canal Curta! Saiba onde encontrar os filmes do diretor, morto a facadas pelo próprio filho, em 2014
Eu sou fã de Eduardo Coutinho, que fez uma brilhante carreira no cinema como documentarista. O diretor Josafá Veloso conseguiu algo inédito: extrair confissões de Coutinho para o documentário Banquete Coutinho. A primeira exibição é nesta quarta (13), às 22h35, no Canal Curta! Mas haverá outras apresentações no fim de semana: sábado (16), às 15h, e domingo (17), às 21h35.
Confira abaixo minha opinião sobre Banquete Coutinho e, além disso, dou três dicas da filmografia de Coutinho, que podem ser encontradas no Canal Brasil pelo NOW.
Banquete Coutinho > Eduardo Coutinho tinha enfisema pulmonar e o cigarro era sua companhia inseparável. Mas foi morto a facadas pelo próprio filho, em 2014, aos 80 anos. A declaração sobre o vício no tabagismo é uma das revelações de Banquete Coutinho, que repassa a carreira do grande diretor de documentários como o emblemático Cabra Marcado para Morrer — por ter as filmagens interrompidas na ditadura e antes de ser lançado em 1984, ele dizia ser um “filme inacabado”. Coutinho falava pouco de si mesmo, mas o diretor Josafá Veloso consegue, numa longa entrevista, extrair outros olhares do mestre para sua obra. Há ainda trechos de desconhecidos filmes de ficção, como o episódio O Pacto, de El ABC do Amor (1967), e o curta-metragem Le Téléphone, que Coutinho realizou durante os estudos na França.
Três documentários de Eduardo Coutinho:
Jogo de Cena > Um anúncio recrutou mulheres que estivessem dispostas a contar sua história, e 23 foram num teatro para dar seus depoimentos. O diretor, então, alterna as entrevistas reais com atuações de atrizes, como Fernanda Torres, interpretando os relatos verídicos. Além de um jogo de cena fascinante, Coutinho tinha o dom de extrair confissões tão íntimas. Canal Brasil pelo NOW.
Cabra Marcado para Morrer > Começou a filmar em 1962 a trajetória do líder camponês João Pedro Teixeira, na Paraíba. O golpe militar de 1964 o fez interromper as filmagens, retomadas em 1981, quando o diretor recuperou as imagens. O objetivo mudou: duas décadas depois, Coutinho foi em busca da memória ao mostrar as cenas para o povoado, incluindo a viúva de João Pedro, Elizabeth Altino. Canal Brasil pelo NOW.
Santo Forte > Em 1997, Coutinho foi à favela carioca Vila Parque da Cidade para falar com os moradores sobre religião e fé. Ele conseguia, com apenas uma única pergunta, fazer desabrochar as emoções em seus personagens. “A senhora é feliz”?, questiona para uma idosa, que revela ser espírita e católica. A partir daí, ela abre seu coração entre lágrimas e certa felicidade. Canal Brasil pelo NOW.
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