“Eu também tinha preconceito contra Paulo Coelho”, diz Julio Andrade
Julio Andrade é um fenômeno como ator. Até o chamei de mutante durante a entrevista que fiz logo após assistir à cinebiografia Não Pare na Pista. No filme, Julio interpreta o escritor Paulo Coelho, da juventude até a os dias atuais (com a ajuda de uma máscara de envelhecimento). Ele também está na TV, na […]
Julio Andrade é um fenômeno como ator. Até o chamei de mutante durante a entrevista que fiz logo após assistir à cinebiografia Não Pare na Pista. No filme, Julio interpreta o escritor Paulo Coelho, da juventude até a os dias atuais (com a ajuda de uma máscara de envelhecimento). Ele também está na TV, na pele do atormentado jornalista Oswaldo, de O Rebu.
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O que você conhecia de Paulo Coelho antes de interpretá-lo? O Paulo também me perguntou isso quando me conheceu. Respondi que, sinceramente, tinha uma leve lembrança de ter lido O Diário de um Mago, com 15 anos, a pedido de uma professora. Lembro que gostei. Depois disso, nunca mais tive contato com a obra dele. Sabia o que todo mundo sabe: que era um cara importante na literatura brasileira, que vendia milhões de livros…
E o que ele achou disso? Não sei se ele esperava escutar isso do ator que iria interpretá-lo no cinema. Mas depois ele sacou o motivo da escolha. Ele também não me conhecia e foi atrás para saber que eu tinha feito papéis importantes.
Por que o pouco contato com a obra do Paulo? Existe, em geral, um certo preconceito contra o Paulo Coelho, que eu também tinha. É um preconceito que as pessoas nem sabem o motivo. É aquilo tipo “não li e não gostei”. Por outro lado, existem fãs que o veneram e foram nessas pessoas que eu me agarrei para fazer o filme.
Acredita que o preconceito contra a literatura dele vai passar para o filme? Não Pare na Pista é filme que tem a cara de Paulo Coelho. Basicamente, o que ele diz é que basta se conectar com o universo para que você consiga o que quer. Acho que o público do cinema será mais amplo do que apenas os fãs. A história de vida do Paulo é muito boa.
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Onde ocorreu o encontro de vocês? Fiquei quatro dias com ele em Genebra. Paulo é um cara que gosta da palavra, que conta histórias incríveis. É inteligente e culto. Foram quatro dias de observação, jantamos juntos, caminhamos pela neve…
Existe uma responsabilidade maior em interpretar um personagem real? Não só responsabilidade, mas também dificuldade. Quando é um personagem de ficção, tenho a liberdade de construir do jeito que imagino. Quando é real, eu preciso “ser” o personagem. Mas, se a cobrança é maior, meu comprometimento é o mesmo.
Como é seu método de trabalho? Sempre pego o texto na hora. Só consigo decorar em cena. Antes de começar a filmar, dou uma passada nos diálogos… e pronto.
Por que foi usada uma máscara “dura” e não uma maquiagem de envelhecimento? Trata-se de um mecanismo que eu desconhecia e ainda desconheço. É um primeiro passo que a produção quis apostar e arriscar. Para mim, foi bem deliciado porque a máscara acabava limitando a interpretação. Ou seja, você tem de ir além do que se propôs. Fora isso, eram cinco horas para maquiar, o que me fazia acordar às 5 da manhã.
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Embora esteja em O Rebu, você faz pouca TV. É uma rejeição ao veículo? Anos atrás, até personagens ruins eu pegava. Hoje, eu nego mais do que aceito. Faria uma novela das 9 se o papel me instigasse.
Qual sua relação com a fama? Eu tenho uma postura com relação a isso que é me transformar no personagem. No meu dia a dia, eu ando no shopping e ninguém me conhece. Não estou aí pela fama nem pela grana. Minha filosofia de vida é dialogar com o mundo. Quando me reconhecem, é por causa do meu trabalho e não porque estou na mídia.
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