Suzana Alves: de Tiazinha a trambiqueira sexy
Ela odeia ser chamada de Tiazinha, nome da personagem que a tornou famosa em todo o país, no fim da década de 90. Mas é muito difícil (para dizer o mínimo) ouvir o nome Suzana Alves sem associá-la imediatamente à sensual figura de máscara, cinta-liga e chicotinho do programa “H”, comandado na época por Luciano […]
Ela odeia ser chamada de Tiazinha, nome da personagem que a tornou famosa em todo o país, no fim da década de 90. Mas é muito difícil (para dizer o mínimo) ouvir o nome Suzana Alves sem associá-la imediatamente à sensual figura de máscara, cinta-liga e chicotinho do programa “H”, comandado na época por Luciano Huck, na Band.
Suzana continua, porém, determinada a enterrar de vez a musa sadomasoquista. Em seu esforço para se firmar como atriz, aparecerá em cena com o vestido de noiva da foto acima a partir de quinta (25), quando estreia a peça “O Casamento Suspeitoso”. Viverá uma trambiqueira sexy, personagem que marca o fim de um jejum de três anos longe dos palcos.
VEJA SÃO PAULO — Como é sua personagem?
Suzana Alves — A Lúcia é líder de uma gangue de golpistas que usa toda a sua sensualidade para dar o golpe do baú num rico herdeiro. E acaba inventando uma mentira em cima da outra. O que eles não imaginam é que vão encontrar outros dois trambiqueiros que também estão atrás do dinheiro. É uma personagem que me deu a oportunidade de trabalhar os graves da minha voz. É a líder da gangue, então precisa passar autoridade. Ela só fala em tons mais agudos quando está com o noivo.
VEJA SÃO PAULO — Por que a demora em voltar aos palcos?
Suzana Alves — Não teve demora. Acredito que estou fazendo as coisas na hora certa. Estou há três anos estudando no Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator da Escola de Comunicações e Artes da USP (Cepeca). Fiquei trabalhando em uma pesquisa sobre memória corporal.
VEJA SÃO PAULO — Do que trata a pesquisa?
Suzana Alves — Por meio de estímulos como a música aciono minha memória corporal. Isso faz surgir gestos que repito diversas vezes durante três horas e, a partir daí, surge uma cena. Chego a um estado que faz meu corpo escrever. Pego uma folha e começo. Nasce um diálogo, um texto, uma vida. É bem legal.
VEJA SÃO PAULO — O que pretende fazer com esses textos?
Suzana Alves — No fim, vai surgir um monólogo sobre superação. Tem referências da minha história, mas não é autobiográfico. Na hora de escrever, não penso muito. Deixo fluir. Agora, preciso transformar esse texto em um espetáculo para o público.
VEJA SÃO PAULO — Você tem vontade de voltar à televisão?
Suzana Alves — Sim, mas quero fazer algo bacana. Não tenho esse desespero de estar na TV e não corro muito atrás. Quero ter um tempo para respirar. Como tive aquela projeção toda muito cedo na minha vida, prefiro ir com calma. Penso em fazer televisão, mas meu lema é trabalhar e me divertir.
VEJA SÃO PAULO — As pessoas subestimam seu talento como atriz por você ter sido a Tiazinha? Elas têm preconceito?
Suzana Alves — O preconceito não é de fora. Ele vem de dentro. Não sofro nenhum preconceito dentro de mim. O que importa é como estou me sentindo, como vejo minha história. Acho que meu passado foi fundamental para saber o que quero hoje. Se existiu algum preconceito era dentro de mim mesma. Você tem que acreditar no seu trabalho, saber quem você é e ir em frente.
VEJA SÃO PAULO — Você se casou em outubro passado com o tenista Flavio Saretta. Tem planos de ser mãe logo?
Suzana Alves — Ter filhos é um plano de médio prazo. A ideia era ficar grávida agora no meio do ano, mas só voltarei a pensar no assunto quando finalizar a peça em dezembro.