Psiquiatra autodiagnosticado com autismo cria agrofloresta em casa
Além de desenvolver aplicativo sobre assédio infantil, paulistano multitarefa fala vários idiomas e cuida sozinho de floresta cultivada do zero
Sexto psiquiatra da família, Alexandre Valverde se autodiagnosticou com síndrome de Asperger, que faz parte do transtorno do espectro autista, após décadas de preconceitos e o trauma de um abuso sexual vivido na infância. Além de exercer a profissão, hoje o paulistano multitarefa prepara um novo aplicativo para divulgar as consequências do assédio infantil e comanda vários projetos inusitados, todos feitos de forma autodidata, como uma agrofloresta comestível criada do zero no quintal de casa.
“Sempre fui muito ansioso e sabia que era uma pessoa diferente. No meu primeiro estágio em um hospital, percebi que a história de alguns pacientes coincidia com a minha”, relembra. “É brega falar isso, mas tomei as rédeas da minha vida após reconhecer que tenho Asperger e isso consequentemente me ajudou a diagnosticar meus pacientes. Hoje em dia ficam impressionados como consigo perceber rápido quando alguém tem algum transtorno do espectro autista.”
O pensamento rápido e facilidade para aprendizagem são características comuns em sua família – todos, por exemplo, falam cinco idiomas e têm facilidade com números ou raciocínio lógico. “Virou uma anedota familiar contada pelo meu pai, que diz ‘sou superdotado como você’.”
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