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Festa dos pelados tem nova edição com tema carnavalesco neste sábado

Nudistas se reúnem em balada de Moema para segunda rodada da festa temática

Por Humberto Abdo
Atualizado em 18 jul 2022, 18h05 - Publicado em 15 jul 2022, 06h00
Silhuetas escuras em pista de dança.
Em festa (Getty Images/Veja SP)
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Que roupa devo usar na balada? Na Tardezinha Naturista, essa preocupação não existe — e xales, pochetes e anéis penianos são as únicas peças à vista. Após o lançamento da festa na capital, uma nova edição acontece em 16 de julho, sábado, com os DJs Tiago Gomes e Naturista TX, apresentação dos dançarinos Sansão e Grayce Romim e Carnaval de rua como tema.

Na Spicy Club, em Moema, mais de 100 pessoas lotaram a casa no último mês e prometem retornar ao evento promovido por adeptos do naturismo — a filosofia de viver em harmonia com a natureza e, entre outras coisas, ficar pelado.

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A diferença entre naturismo e nudismo é sutil: “naturismo” é o termo preferido das pessoas que gostam de ficar nuas em locais públicos e defendem a liberdade e quebra de preconceitos; “nudismo” pode ser usado nesse mesmo contexto, mas está menos ligado aos aspectos ideológicos. “O conceito vem de Adão e Eva. Assim como eles, somos todos pecadores”, filosofa Roberto Passero, um dos organizadores.

No térreo, servido por chapelaria, lounge com mesinhas e pista de dança, o pecado da luxúria é terminantemente proibido. “Aqui embaixo não vai acontecer nada, mas se alguém quiser algo mais caliente no andar de cima, eu não vi e não sei de nada”, admite. “Assim dá para atender os dois grupos: o ‘raiz’, que não faz sacanagem, e o que tem essa vontade.”

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Em resposta à reportagem, Paula Silveira, presidente da Federação Brasileira de Naturismo, rebate: “A tarde nudista em Moema nada tem a ver com naturismo. Não temos vínculo com o lado sexual”. Apesar do nome, essa é uma festa puramente nudista e a próxima edição já foi rebatizada com o termo correto (fica, então, Tardezinha Nudista).

Na estreia, em junho, caravanas de cidades próximas chegaram no início da noite e correram logo para os fundos. De lá, todos voltam pelados com o saco na mão — o descartável, usado para guardar os pertences. Senhores na faixa dos 60 anos circulam pelo bar com um copo de uísque e se acomodam nos sofás vermelhos da lateral. Mais tarde aparecem os casais e, por último, os solteiros mais jovens. Para todas as idades, o dress code favorito parece ser a toalhinha nos ombros e a depilação à brasileira: quase nenhum pelo.

As bexigas gigantes com a palavra “love” e o par de Crocs azul berrante de um dos frequentadores poderiam atrair muitos olhares, mas aqui o foco é outro. Os casais que dançam calorosos ao lado do pau de pole dancing dominam a pista até a chegada da dançarina, que se apresenta pendurada em uma corda branca. Um naturista cadeirante se aproxima bem na hora do fervo e em seguida vem o go-go boy e dançarino Sansão, cuja atração principal envolve subir no balcão e balançar o quadril, a cintura e o seu pacote completo.

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O frio paulistano de 17 graus no sábado, em 11 de junho, não encolheu o número de frequentadores e alguns aquecedores ajudavam a esquentar os ambientes, mas uma roda de amigos ocupava a área aberta do fumódromo como se fosse verão.

(Conforme o público aumenta, não pega bem estar vestido e, para acompanhar, o repórter também tira a roupa. “Ai, que tudo!”, comemora Silvana Valadão, adepta e esposa de um dos promoters, ao me ver saindo do banheiro. De tênis branco, meias estampadas e colar de pérolas, circulei pela pista lotada e me perdi no primeiro andar labiríntico, repleto de camas, salas escuras e muito homem pelado. Mulheres ainda eram minoria.)

Os grupos logo se dividem e fica claro quem é naturista “raiz” e quem planeja ficar por lá até mais tarde — assim que essa festa acabar, o espaço retorna ao seu formato natural de casa de suingue. Acostumados com encontros privados no litoral e no interior do estado, os membros da comunidade naturista serão acolhidos todo mês na casa noturna comandada por Fabio Leandro Blanco, que abraçou a ideia como alternativa para esses grupos com a chegada do inverno. “Abri a Spicy com o objetivo de acolher o público do suingue, mas fiquei fechado na pandemia e não tivemos forças para retornar apenas com essa proposta”, explica. Se depender dele, em breve a atração será algo semanal. “Quem veio na primeira achou que o tempo foi curto e às 10 horas da noite, quando encerramos, tudo estava só começando.”

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Segundo o proprietário, o clima das duas festas é bem diferente: no esquenta do suingue, homens não podem nem ficar sem camisa. “Nessa próxima, quero unir mais os dois grupos. Já avisei: pelo menos até as 11 horas da noite vai ter gente pelada aqui na pista.”

Alameda dos Pamaris, 42, Moema, ☎ 96441-3032. 16/7, 15h/23h. R$ 80,00. sympla.com.br

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