Paulistanos se unem para salvar família de venezuelanos imigrantes
Casal com três filhos foi descoberto por jornalista durante uma caminhada na Paulista; "corrente do bem" já colaborou com doações, casa nova e um emprego
Sentada na calçada da Paulista, uma família de venezuelanos chamou atenção de Henrique Picarelli, 41, no último Dia da Criança. “Pediam ajuda e entendi que era uma história como a de muitos imigrantes tentando a sorte aqui”, relembra. “Viemos de carona para chegar ao Brasil”, conta Adolfo Nieto Pacheco (foto), 48, o pai da família. Do estado de Monagas, eles passaram por Roraima antes de vir para São Paulo, onde vivem há dois meses. “Tivemos de vender nossas coisas para ter alimento e ficamos na rua. Chorávamos muito.”
Nas redes sociais, Picarelli divulgou o caso. “Desencadeou uma corrente inacreditável de grupos tentando um emprego e fazendo doações”, admira- se. Em menos de um mês, Adolfo foi contratado em uma lanchonete e acaba de conquistar uma nova vaga, agora como auxiliar de soldador, sua profissão na Venezuela. O quarto de apenas 12 metros quadrados no Bixiga, que abrigava o homem, a esposa e três filhos, será substituído por uma casa maior, com aluguel pago por voluntários nos primeiros meses. “Minha esposa e eu somos pessoas humildes, só queríamos um trabalho e uma casinha para meus meninos”, desabafa Adolfo. “Temos uma família passando por dificuldades na Venezuela, fico triste por não saber como estão sobrevivendo.”
Publicado em VEJA São Paulo de 2 de dezembro de 2020, edição nº 2715.
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