Paulistana que viveu em casa de barro ajuda meninas em risco de exploração sexual
Após viver em região dominada por tráfico de drogas, Amanda Oliveira ganhou inspiração para criar uma ONG e planeja ampliar o projeto para outros estados
“Cresci vendo minha mãe fazer só uma refeição para eu e minhas irmãs termos duas”, relembra Amanda Oliveira, 32, fundadora do Instituto As Valquírias. A infância humilde lhe trouxe inspiração para o projeto, criado em 2007. “Vivíamos em uma casinha de barro em um bairro dominado por tráfico de drogas e prostituição. Com medo de nos deixar sozinhas, minha mãe nos matriculou em um projeto social, onde me apaixonei pela música.”
Vítima de bullying por ter uma cicatriz no rosto, Amanda foi encorajada por uma das professoras a se apresentar no palco. “Fui aplaudida e senti aquele gosto de ser valorizada pela primeira vez.” Na ONG, ela oferece cursos de alfabetização digital e empoderamento feminino a meninas vulneráveis e em risco de exploração sexual — com sede em Campinas, a paulistana ainda pretende ampliar a iniciativa para o mundo virtual. “A gente não empodera ninguém, mas o trauma de perder uma mãe assassinada, não ter o que comer ou ser abusada faz com que elas não percebam a força que têm.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 09 de junho de 2021, edição nº 2741