Pato da Paulista vira personagem de livro nos moldes de Jogos Vorazes
Romance distópico é inspirado no cenário político de Trump e Bolsonaro e concorre a prêmio de literatura
![Capa do livro O Pato - Uma Distopia à Brasileira, por Gabriel Fabri, mostra um pato amarelo com dois X no lugar do olho e uma faixa verde em seu peito, com o fundo preto.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/09/O-Pato-Uma-Distopia-a-Brasileira-DIVULGACAO.png?w=1280&h=720&crop=1)
Uma distopia inspirada no pato inflável dos protestos na Avenida Paulista estreia em formato e-book nesta quarta (14). Inspirado em fatos e personagens da história recente do Brasil, O Pato – Uma Distopia à Brasileira é o primeiro romance do jornalista paulistano Gabriel Fabri e concorre ao 6º Prêmio Kindle de Literatura.
“O livro nasceu da minha vontade absurda de furar o Pato da Paulista, lá em 2015”, conta. “Como eu não podia literalmente furá-lo, comecei a desenvolver essa história, que ganhou novos contornos com a ascensão de Bolsonaro.”
Na trama, tudo começa com uma multidão erguendo um pato amarelo e gigante nas ruas. Com os políticos em total descrédito, apenas um ser inanimado poderia substituir os governantes de carne e osso — assim surge a protagonista, a jovem Alice, que enfrenta seu complexo de “patinho feio” enquanto equilibra as responsabilidades de “cidadã de bem” na fictícia Patown, capital da Patolândia. Tudo muda quando ela passa a questionar os dogmas e a rotina dentro dos muros da cidade – uma referência aos muros de Donald Trump.
Além de se inspirar livremente em figuras e acontecimentos da política nacional, o livro absorve referências da cultura pop, como o filme Meninas Malvadas e as distopias Jogos Vorazes e O Conto da Aia.
“Trazer uma pegada pop para o livro foi importante para dar um verniz de alienação à história: a protagonista vive sob um governo totalitário, uma ditadura religiosa, mas acredita que vive no país das maravilhas”, explica o autor. “Ela vive dentro de uma bolha, simbolizada pelos muros que separam Patown de seus arredores.”
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