Leonardo Miggiorin: “Não vou vender ingresso por conta do corpo”
Depois de uma temporada de um mês em Campinas, estreia nessa sexta (06) no Teatro Folha a peça “Equus”, produção estrelada por Leonardo Miggiorin. Na peça, o ator vive um jovem atormentado que cega seis cavalos e vai se tratar com um psicanalista (personagem de Elias Andreato). A trama ficou famosa após uma montagem […]
Depois de uma temporada de um mês em Campinas, estreia nessa sexta (06) no Teatro Folha a peça “Equus”, produção estrelada por Leonardo Miggiorin. Na peça, o ator vive um jovem atormentado que cega seis cavalos e vai se tratar com um psicanalista (personagem de Elias Andreato). A trama ficou famosa após uma montagem que teve a participação de Daniel Radcliffe, astro da série Harry Potter. Miggiorin conversou com a coluna sobre “Equus”.
VEJA SÃO PAULO — Nas fotos de divulgação, você aparece com o corpo muito definido. Fez alguma prepação especial?
Miggiorin — A peça exige muito de mim fisicamente. É uma maratona de uma hora e meia. Não há um pedido estético da direção de “Equus” para estar malhado. Não vou vender ingresso por conta do corpo. (risos). Continuei com meus treinos normais na academia, mas intensifiquei treinos aeróbicos para definir o corpo sem ganhar massa. O mais difícil foi controlar a dieta: tirar o chocolate, eliminar carboidrato à noite.
VEJA SÃO PAULO — O que foi mais difícil nessa peça?
Miggiorin — Foi complicado me despir de pudores particulares, questões pessoais e permitir que o corpo seja um instrumento de trabalho. Nunca tinha explorado o corpo em nenhum trabalho Estou ali expondo minha alma e estou despido, literalmente.
VEJA SÃO PAULO — Você cursa faculdade de psicologia. Os estudos nessa área ajudaram você a entender um personagem tão complexo?
Miggiorin — Meu personagem, Allan, é muito intenso. O difícil foi se aproximar da loucura, do desequilíbrio dele e ser verossímil. É um limite muito tênue entre o piegas e o verdadeiro. Você começa achando que ele é um monstro, mas depois vê o lado humano dele.
VEJA SÃO PAULO — Comparam muito sua atuação com a do Daniel Radcliffe?
Miggiorin — Não tem rolado muito. As pessoas colocam isso como referência.
VEJA SÃO PAULO — Como tem sido a reação do público?
Miggiorin — Tem sido muito positiva. Há desde senhoras que saem tremendo de tanto chorar até um cara que foi ver quatro vezes e escreveu uma carta para o elenco falando de cada personagem. Continuo apreensivo com a opinião alheia, mas me sinto muito feliz por fazer essa peça. Encontrei o que quero fazer no teatro.
VEJA SÃO PAULO — Fala-se muito das cenas em que você aparece totalmente nu. Nessa hora, você é alvo de inveja ou de piada?
Miggiorin — Só tem essas duas opções? (risos). Digamos que não esteja preocupado com esse tipo de comentário. Isso não me tira o sono nem um pouco. Sou muito bem resolvido com meu corpo. Estou ali como um canal de comunicação.