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Cultura & Lazer

Filme dirigido por João Farkas debate crescimento da capital paulista

Documentário que será exibido pela BandNews reúne análises e relatos de moradores sobre questões como ocupação do solo e planejamento urbano

Por Humberto Abdo
Atualizado em 20 nov 2020, 17h45 - Publicado em 20 nov 2020, 17h39

Neste sábado (21), às 19h, o canal BandNews TV exibe o documentário São Paulo – Uma Cidade Segregada, dirigido e roteirizado por João Farkas.

O filme aponta as consequências do crescimento desordenado e do espraiamento na capital paulista, com comentários de especialistas em questões como ocupação do solo, planejamento urbano, áreas verdes e depoimentos de moradores das periferias paulistanas. “Fizemos o filme durante a pandemia e todas as entrevistas preparatórias por vídeo”, explica o diretor. “Foi trabalhoso e tivemos que ser mais cirúrgicos nas filmagens, sem poder fazer muitas cenas na rua.”

São Paulo – Uma Cidade Segregada (1) — Cena de São Paulo – Uma Cidade Segregada, documentário dirigido e escrito pelo paulistano João Farkas. (João Farkas/Divulgação)

A produção inclui análises e dados para abordar os desafios atuais do município, cuja segregação social costuma criar dificuldades de deslocamento pela cidade. Para ilustrar o problema, personagens de várias classes e regiões contam suas histórias. “Me chamou a atenção o caso de uma moça que mora na Zona Sul e está há três anos procurando emprego”, conta. “Ela fala que a primeira coisa que perguntam nas entrevistas é onde ela mora e por viver longe acaba sendo descartada sempre. É muito duro ver uma vida submetida a essa exclusão por uma questão urbanística.”

São Paulo – Uma Cidade Segregada (7) — Cena aérea de São Paulo – Uma Cidade Segregada. (João Farkas/Divulgação)

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Outro tema do longa envolve o desmatamento e uso ilegais de terrenos às margens de represas da capital, assunto também retratado recentemente em uma capa da Vejinha. “Vários casos que a gente conta no filme estão nessa reportagem”, pontua. “A escolha do modelo de cidade espraiada e não adensada, que gera falta de acesso, também agride os entornos, com mananciais derrubados, nascentes sendo interrompidas e as represas poluídas enquanto se pensa que a luta pelo meio ambiente só existe na Amazônia e no Pantanal, mas estamos destruindo a natureza aqui do lado.”