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Hotel Boulevard fecha as portas na Avenida São Luís

Frequentado por nomes como Luiza Erundina, Gal Costa e Maria Bethânia, local ficou famoso pelo café "pé na calçada" instalado no térreo

Por Humberto Abdo
Atualizado em 12 jan 2021, 16h11 - Publicado em 12 jan 2021, 14h03
Fachada de Hotel Boulevard, na Avenida São Luís.
Hotel Boulevard, na Avenida São Luís: sem renovação de contrato pelos proprietários. (Booking/Reprodução)
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Frequentado por grupos de esquerda, intelectuais e nomes como Luiza Erundina, Gal Costa e Maria Bethânia, o Hotel Boulevard acaba de fechar as portas na Avenida São Luís. Após funcionar por quase cinquenta anos na região, os atuais locatários decidiram não renovar o contrato com a Santa Casa, proprietária do terreno.

Inaugurado em 1973 pelo engenheiro Arão Sahm, uma das marcas registradas do empreendimento era seu café instalado no térreo. “Bem pé na calçada, com uma entrada independente”, relembra Estela Sahm, 65, uma das filhas do profissional. Ainda incipiente na cidade, a variedade de hotéis de luxo do Centro se limitava a marcas como a rede Hilton e o Hotel Jaraguá, na rua Martins Fontes. “Existia uma vida de encontros por ali. Naquela ocasião, a avenida tinha agências de viagem, a Galeria Metrópole e prédios residenciais maravilhosos. Eu ia muito ao cinema e depois passava para tomar café ou uma das sopas.”

Hotel Eldorado Boulevard (BERNARDO SAHM-ARQUIVO PESSOAL) (1)
Hotel Boulevard Eldorado: fotografia tirada nos anos 1970. (Bernardo Sahm/Reprodução)

Bernardo Sahm, irmão de Estela, conta que jornalistas e figuras internacionais também passavam por lá. “Do outro lado da rua ficava a sede do jornal O Estado de São Paulo e toda a editoria passava no café tarde da noite para relaxar e bater papo”, relembra. O pianista canadense Oscar Peterson e o escritor baiano Jorge Amado compõem a lista de personalidades que se hospedaram no local. “Entre essas figuras estava [o publicitário] Carlito Maia, que tinha uma mesa favorita e exigia sentar nela sempre, à direita da entrada.”

Em 2005, a família decidiu vender o local, que perdeu o “Eldorado” no nome, e hoje mantém apenas o Boulevard Atibaia, fechado desde março por causa da pandemia. “Sinto falta do dia a dia do hotel, tinha um astral muito bom e só me traz boas lembranças.”

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Sem a renovação de contrato, ainda não foi divulgado se o local será assumido por novos locatários.

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