Em ótima apresentação em São Paulo, Morrissey milita em prol do veganismo
Morrissey conseguiu lotar ontem (21) o Citibank Hall, onde fez sua apresentação mais recente na cidade (ele também cantou por aqui na terça, 17, no Teatro Renault). De cara, ganhou o público ao abrir o show com Suedehead, música lançada em 1988, quando gravou seu primeiro disco solo após ter deixado o grupo The Smiths. […]
Morrissey conseguiu lotar ontem (21) o Citibank Hall, onde fez sua apresentação mais recente na cidade (ele também cantou por aqui na terça, 17, no Teatro Renault). De cara, ganhou o público ao abrir o show com Suedehead, música lançada em 1988, quando gravou seu primeiro disco solo após ter deixado o grupo The Smiths. Abrir com essa canção foi um sinal de que a apresentação seria dedicada às suas faixas da carreira solo, deixando de lado hits do Smiths como How Soon is Now? e This Charming Man.
Para falar a verdade, elas não fizeram falta. Morrissey mostrou vigor na voz e firmeza no palco, um alento para os fãs que sofreram em 2013, quando ele passou uma temporada de quatro semanas no hospital para tratar de uma pneumonia dupla. Um dos pontos altos do show foi quando no telão foram exibidas cenas de animais como bois e ovelhas sendo mortos para consumo humano (o astro é militante do veganismo). Um fã chegou a desmaiar com as imagens chocantes, mas logo se recuperou. Ao final, em português, apareceu a frase no telão: “Qual é a sua desculpa agora? Carne é assassinato?” Ao contrário do que pode sugerir, o músico não passou o show militando pelas causas que acredita. O telão transmitiu as mensagens enquanto ele fez o que sabe: cantar.
Mais para o final da apresentação, tirou a camisa, disse “obrigado” algumas vezes e segurou uma bandeira do Brasil que uma fã lhe deu. Também autografou um vinil de um rapaz que dançava em frente ao palco. Pura simpatia. Na plateia, algumas pessoas chegaram a gritar “Samarco” e “Mariana”, sobretudo quando ele exibiu uma bandeira da França enquanto cantou I’m Throwing My Arms Around Paris. Um sujeito que gravou o show inteiro com a ajuda de seu pau de selfie sofreu um revés: uma menina pegou uma blusa e rodou no ar algumas vezes – “helicóptero”, falava ela – para que a traquitana não atrapalhasse a visão.