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Delegados paulistanos têm salário mais baixo de todo o país, diz pesquisa

Levantamento do Sindpesp aponta que delegados, escrivães e investigadores de São Paulo têm as piores remunerações entre esses profissionais no Brasil

Por Humberto Abdo
Atualizado em 5 jan 2021, 19h26 - Publicado em 5 jan 2021, 19h22
Fachada de unidade de Delegacia de Defesa da Mulher com pedestre segurando guarda-chuva rosa à direita.
Fachada de unidade de Delegacia de Defesa da Mulher (Alexandre Carvalho/A2img/Reprodução)
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Um levantamento encomendado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo revela que o salário dos delegados paulistas é o mais baixo de todos entre esses profissionais no Brasil. Com remuneração de R$ 10 382,48, o valor está abaixo da média nas carreiras jurídicas do país.

“A gente fica na rabeira de tudo isso”, critica Raquel Gallinati, presidente do Sindpesp. “Há mais de 20 anos, os governos têm sucateado e desvalorizado o trabalho da polícia civil e do policial. Uma dessas etapas de desvalorização é não incentivar o profissional com o salário, além de todas as condições atuais de trabalho.”

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Raquel Gallinati, presidente do Sindpesp, posa ao lado dos retratos dos presidentes anteriores vestindo um suéter preto e batom vermelho.
Raquel Gallinati é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. (Thatiane Abreu/Divulgação)

Com o título de estado mais rico do Brasil e projeto de orçamento de R$ 246,3 bilhões para 2021, o valor não condiz com as necessidades da segurança pública em São Paulo, segundo Raquel. “Muitos policiais têm ‘migrado’ para a polícia de outros estados, então temos notado um verdadeiro êxodo desses profissionais”, revela.

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No ranking, os estados com melhor remuneração são Mato Grosso, Goiás e Alagoas, com salários entre 20 e 24 mil reais. Os salários de investigadores e escrivães, levantados pela mesma pesquisa, também colocam São Paulo entre os piores da federação, com valor inicial de R$ 3 931,18, à frente apenas de Alagoas, Ceará, Pernambuco e Santa Catarina. “Estamos desprotegidos, com o alto índice de criminalidade e o crime organizado cada vez mais organizado”, ironiza. “Nossa segurança tem se esfacelado diante de um governo que não cuida da própria polícia e favorece a impunidade.”

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