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A brasileira que enriqueceu nos Estados Unidos vendendo bananinha

Após perder floricultura em um incêndio e ter o passaporte preso pelo namorado, Gracienne Myers viveu sufocos dignos de roteiro de filme

Por Humberto Abdo
3 dez 2021, 06h00
Gracienne olha para a direita enquanto anda em linha reta em grande calçada. O vento bate e leva seu cabelo avermelhado à direita, por cima do blazer preto.
Gracienne é dona de três empresas nos EUA (Marcos Reis Vasconcelos/Divulgação)
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Banana e criatividade formam as matérias-primas que deram início à carreira internacional de Gracienne Myers, 47. Proprietária de três empresas nos Estados Unidos, ela começou como funcionária de uma loja de flores em São Paulo antes de criar sua primeira marca.

“Minha mãe era jovem, então vim adolescente para a capital para ficar com uma tutora, que me fez passar por abusos. Foi um ‘furacão’ que mudou minha vida”, relembra. “Depois de ser assaltada com revólver na cabeça, acordei no hospital e soube que a floricultura, que decidi comprar depois de anos, estava pegando fogo.”

Para fugir da sensação de insegurança, mudou tudo na vida, inclusive de país. Foi para a casa de um namorado no estado americano da Pensilvânia.

“Em alguns meses, ele deixou de ser a pessoa que conheci no Brasil e se recusou a devolver meu passaporte. Precisei pedir ajuda a uma telefonista que falava espanhol, pois eu mal sabia inglês.”

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A maré ruim só se encerrou com a receita de bananinha feita a pedido de um amigo. Muitos tachos depois, a linha de doces é hoje uma das principais fontes de renda de Gracienne — além da inusitada iniciativa de alugar e vender touros mecânicos, outro sucesso nos Estados Unidos, e a criação de impressões 3D para substituir o touro por leões, pássaros e qualquer outra figura imaginada pelo cliente. “Com algumas exceções… Uma vez me pediram um pênis gigante no lugar do touro e eu recusei. Nada contra o pênis, mas não pega bem.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de dezembro de 2021, edição nº 2767

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