Como são os bastidores dos hotéis no Dia dos Namorados?
Equipes se desdobram para dar conta do movimento, caprichar nas decorações e atender aos pedidos mais inusitados dos casais

Vale tudo no amor. Nos hotéis em São Paulo, vale quase tudo mesmo! Uma das datas mais movimentadas do ano para o setor hoteleiro, o Dia dos Namorados, na quinta (12), exige criatividade e rapidez das equipes para atender aos pedidos mais improváveis dos casais, enquanto dão conta de todos os detalhes nos bastidores — que vão da decoração temática ao preparo de docinhos e menus especiais.

Com a alta demanda, todo o mês de junho vira temporada de romance e comemorações. “No escritório, o departamento fica praticamente intransitável com flores, balões e chocolates para todos os lados”, conta Diego Delfino, gerente de recepção do Unique, no Jardim Paulista. “Os preparativos já começam assim que vira o ano”, crava.
A escolha dos fornecedores e de quais amenidades serão dispostas nos quartos entra na lista de tarefas, assim como a criação de pacotes de hospedagem, que também viram um diferencial. Na Avenida das Nações Unidas, o JW Marriott sugere uma candle massage para casais, feita no SPA com uma vela cosmética misturada com óleos e manteigas.
No W São Paulo, na Vila Olímpia, o menu exclusivo para a noite de 12 de junho é servido no restaurante Baio e assinado pelo chef Tuca Mezzomo. Em cinco tempos, o jantar inclui harmonização de vinhos e itens como ostra fresca servida com maçã verde, ovas de mujol e caviar de vinho branco.


No Unique, cada suíte é formatada com diferentes toques ao gosto do cliente, com pétalas de rosa na cama (para os românticos) ou sex toys (para uma proposta mais picante). E o jantar do chef Emmanuel Bassoleil também pode ser contratado à parte: o deste ano tem pratos como o flã sabor beijinho e a burrata com compota de goiaba e tomate.
Arranjos florais são um capítulo à parte. No Palácio Tangará, dentro do Parque Burle Marx, cada um dos 140 quartos leva um buquê de doze flores, preservadas em uma câmara fria. Não entram nessa conta os excessos requisitados por alguns frequentadores, por exemplo, um buquê de 350 flores (uma para cada dia do relacionamento).

Além das demandas convencionais, recados íntimos no espelho e cartinhas pelo quarto são pedidos frequentes. “É difícil usarmos a frase ‘não tem como’”, garante Diego, citando uma das poucas exceções, quando um cliente quis alguém escondido dentro do quarto para gravar a reação de surpresa da amada ao abrir a porta.
Um champanhe francês indisponível no Brasil está entre os desafios encarados pelo Palácio Tangará. “Não tinha em lugar nenhum e mandamos vir da França, de um hotel em Paris”, conta o diretor-geral, Celso D. Valle. Em menos de 48 horas, as garrafas já estavam à disposição. Por amor, vale tudo.

Publicado em VEJA São Paulo de 6 de junho de 2025, edição nº 2947