A nova batalha da família Fares pelos bilhões da Marabraz
Neto de fundador pretende processar tios e escritório de advocacia na tentativa de reaver 5% da marca Marabraz
Na semana passada ocorreu mais um round na guerra da família Fares, dona das lojas Marabraz, na disputa pelo controle de uma das maiores redes de varejo do país, com um faturamento anual estimado em mais de 1 bilhão de reais. A empresa foi fundada na década de 60 pelo libanês Abdul Hadi Mohamed Fares (1930-1978).
Neto do fundador, e filho do primogênito Fábio, o empresário Abdul Hadi Fares (dono da Casa Fares, de eventos, nos Jardins) deverá entrar com um processo contra o escritório de advocacia Nery Advogados (do jurista Nelson Nery Jr., um dos mais renomados do país) e também contra os tios, Jamel, Nasser e Adiel (este último também proprietário da Clínica Fares).
Segundo pessoas próximas da família, Abdul quer 5% da marca Marabraz. O rapaz perdeu o direito à empresa durante um complicado processo de divórcio de seus pais, Fábio e Suhaila, em 2006. Na época, Fábio teria vendido sua parte aos irmãos por cerca de 700 000 reais, na tentativa de driblar a partilha de bens com a ex-mulher. No ano passado, arrependido do “mau negócio”, teria tentado voltar à Marabraz. Impedido por seus irmãos, tornou a história pública e, em represália, perdeu a “mesada” que recebia da família, de aproximadamente 350 000 reais.
Há poucos meses, Abdul descobriu a suposta fraude do pai e procurou um advogado para entrar na Justiça e reaver sua parte, a do irmão Ali (lutador de MMA) e de sua mãe. Em dezembro, acionou o escritório de advocacia de Nelson Nery Jr., fornecendo documentos e conversas particulares. Mas na semana passada, foi surpreendido ao descobrir que a empresa passou a representar justamente seus tios, parte contrária na ação. Abdul pretende entrar com um processo na Ordem dos Advogados do Brasil.
Além disso, busca outra equipe (certamente de fora da cidade de São Paulo) para representá-lo a partir de agora. Na briga de família, Abdul também se ressente de ser proibido pelos tios e oito primos de ver a avó, Hajar Fares, de 80 anos. Ela vive em um condomínio em Alphaville.
Abdul não quis se pronunciar sobre o caso. Procurado pela reportagem, o escritório que representa a família Fares enviou a seguinte nota: