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Em Terapia

Por Arnaldo Cheixas Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
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Porque você deve evitar ao máximo fazer a pergunta “tá ocupado?”

Quando se quer fazer um pedido ou um convite a alguém, há uma categoria de perguntas que pode gerar enorme desconforto e que poucas pessoas notam: “você está ocupado?”, “o que você está fazendo?”, “o que você fará amanhã de noite?” e “você estará em casa mais tarde?” são exemplos comuns dessa categoria. Há quem se […]

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 26 fev 2017, 15h41 - Publicado em 7 jul 2015, 22h57
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Quando se quer fazer um pedido ou um convite a alguém, há uma categoria de perguntas que pode gerar enorme desconforto e que poucas pessoas notam: “você está ocupado?”, “o que você está fazendo?”, “o que você fará amanhã de noite?” e “você estará em casa mais tarde?” são exemplos comuns dessa categoria.

Há quem se sinta angustiado ou mesmo irritado ao receber este tipo de questionamento, dependendo de quem o faz e em que contexto o faz. Um pensamento comum que surge na cabeça de quem é perguntado: “Fulano está me perguntando o que farei amanhã porque quer me convidar para ir na casa dele. Só que eu não quero ir lá”. Assim, mesmo sem ter qualquer compromisso para o dia seguinte, responde que terá de resolver umas coisas ou que ficou de ir não sei aonde com não sei quem.

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O problema de responder dessa forma é que a pessoa terá de manter aquela mentira história até o dia seguinte e, virtualmente, para sempre. Como isso é, na verdade, um padrão que vai se repetindo a cada nova situação similar, o gasto de energia para esquivar-se de ter de dizer a verdade em diversas situações é enorme.

Muitos dos que se incomodam ao ser abordados dessa forma não sabem exatamente a razão do incômodo. Pensam que o problema é ser convidado por alguém de quem não se gosta ou receber um pedido para fazer algo que não se quer fazer. O que estressa, na verdade, não é a solicitação em si, uma vez que é possível dizer “não”, mas sim as diversas coisas que podem estar subentendidas na pergunta feita.

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Se eu pergunto a uma pessoa se ela está ocupada para só depois fazer o meu pedido, eu estou tentando me apropriar da autonomia desta pessoa. Porque, se ela não estiver ocupada, eu julgo que não terá razão para recusar meu convite ou pedido de ajuda. Acontece que a pessoa não precisa de qualquer razão para recusar meu convite ou pedido, basta ela não querer.

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Assim, para evitar gerar estresse na outra pessoa e na relação, o melhor é fazer as solicitações de forma objetiva, do tipo: “você pode me ajudar com isso?” ou “você pode fazer isso por mim?”. Este tipo de pergunta permite que a pessoa responda de forma também direta, sem precisar dar explicações que justifiquem uma eventual negativa.

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Como lidar quando se recebe perguntas invasivas

O melhor, basicamente, é não responder as perguntas. É possível fazer isso redirecionando a interação para o possível objetivo principal da conversa. Depois de ser perguntado se está ocupado, pode-se responder com “você quer me propor algo? Diga”.

Outro caminho é modelar a assertividade do interlocutor ao explicitar na resposta que pouco importa onde você estará amanhã ou se você está ocupado: “Faça sua proposta e eu decido se será possível ou não para mim”.

As perguntas invasivas são uma armadilha que gerará estresse na relação. Por isso é essencial não reforçá-las e o único jeito de fazer isso é não entrar no jogo. Depois de algum treino você se sentirá mais leve e mais seguro para recusar pedidos quando assim for seu desejo.

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