Mário Bortolotto monta “Os Anjos vão Para o Céu” pela primeira vez em 23 anos
Fundador do grupo Cemitério de Automóveis reencontra texto de 1988 que explora a figura do forasteiro

“Os Anjos Vão Para o Céu”, uma das obras fundamentais de Mário Bortolotto — dramaturgo, diretor e fundador do grupo Cemitério de Automóveis — volta a ser encenada pela companhia, 23 anos após sua última montagem. Considerado um dos principais nomes do teatro brasileiro contemporâneo, Bortolotto retoma o texto escrito em 1988, no qual explora a figura do forasteiro: alguém sem origem ou destino claros.
Com estética noir, a trama acompanha Péricles, um escritor aposentado que decide contratar um detetive para encontrar o filho, Arthur, desaparecido após partir para a guerra. sem notícias por anos, o pai inicia uma busca que logo revela o desejo de Arthur de desaparecer completamente, sem deixar vestígios. O detetive Charles, encarregado da missão, mergulha em um universo povoado por personagens marginalizados, como a junkie Fernanda, a prostituta Ângela e o jovem sonhador Zique.
A peça é inspirada no livro “Cenários em Ruínas”, de Nelson Brissac Peixoto, e na literatura noir de autores como Raymond Chandler, Dashiell Hammett e David Goodis. Além do texto e da direção, Bortolotto assina também a iluminação e a trilha sonora. (60min). 14 anos.
Teatro Cemitério de Automóveis. Rua Francisca Miquelina, 155, Bela Vista, Tel , Sex. e sáb., 21h. Dom., 20h. Até 17/8. R$ 40,00 (inteira). sympla.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 1º de agosto de 2025, edição nº2955.