Grupo Tapa ocupa o Teatro de Arena Eugênio Kusnet

Kelzy Ecard e Natália Gonsales em “Breu”, montagem carioca convidada (Foto: Daniel Spalato)

Fundado no Rio de Janeiro em 1979, o Grupo Tapa fixou sede em São Paulo oito anos depois, mais precisamente no Teatro Aliança Francesa. Por lá, a companhia dirigida por Eduardo Tolentino de Araújo – na época com Denise Weinberg e Clara Carvalho como principais atrizes – consagrou uma trajetória de valorização da dramaturgia e do trabalho de intérprete que durou até 2001. Para retomar esse diálogo de forma contínua com o público, o grupo apresenta o projeto “Tapa no Arena – Uma Ponte na História”, que se inicia no dia 26 e segue até 22 de dezembro no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, na Rua Teodoro Baima. Serão apresentadas pelo menos dezoito peças assinadas por Tolentino e também por convidados, algumas inéditas e concebidas especialmente para a mostra. Os ingressos custarão 20 reais.

A primeira delas – velha conhecida nossa – é o pungente drama carioca “Breu”, escrito por Pedro Brício e dirigido pela dupla Miwa Yanagizawa e Maria Silvia Siqueira Campos, que tem sessões nas sexta (26) e sábado (27), às 21h, e no domingo (28), às 19h. As atrizes Kelzy Ecard e Natália Gonsales interpretam duas mulheres que marcam um encontro na tensa década de 70 e, aos poucos, vão desvendando as intenções uma da outra. Mais recente encenação do Tapa, o drama “Senhorita Julia” reestreia no dia 1º de maio para um mês de temporada. Anna Cecília Junqueira, Augusto Zacchi e Paloma Galasso são os protagonistas do texto escrito por August Strindberg em 1888. Na sequência, virão montagens adaptadas das obras de Artur Azevedo (“Viúvas”), Anton Tchecov (“Proposta de Casamento”), Martins Pena (“Desgraças de uma Criança”) e Luigi Pirandello (“Amargo Siciliano” e “Sonho ou Realidade”), além da volta da série de monólogos “Retratos Falantes”, escrita pelo inglês Alan Bennett.

Entre as novidades estão “O Longo Adeus” e “Out Cry”, ambos de Tennessee Williams. No primeiro, com estreia prevista para 6 de julho,  a trama gira em torno de um escritor que reativa sua memória afetiva ao despedir-se do apartamento da família. A direção ficar por conta de Flavio Tolezani. Prometido para o dia 1º de agosto, o espetáculo “Out Cry” traz Rubens Caribé e Mariana Muniz na pele de dois irmãos, atores de uma companhia mambembe, que são abandonados em um palco desconhecido. Dessa vez, é o próprio Tolentino quem comanda a encenação. Além de um espaço fixo para o Tapa, mesmo que provisório, a grande notícia é ver o velho e bom Arena com uma programação regular e, de preferência, contribuindo para a movimentação daquela área do centro da cidade.

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