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“Borboleta Azul” e a esperança pela Cia. Pessoal do Faroeste

Ao sair da Rua Mauá, praticamente ao lado da Sala São Paulo, e entrar na Rua do Triunfo, o público encontra a Sede Luz do Faroeste. Parece até ironia o agradável e bem decorado espaço da Cia. Pessoal do Faroeste – ainda mais com esse nome – estar situado no trecho ainda hostil da região […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 10 set 2024, 17h01 - Publicado em 3 ago 2012, 22h41
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Juliana Fagundes, Beto Magnani e Thais Aguiar no drama “Borboleta Azul”, de Paulo Faria (Foto: Lenise Pinheiro)

Ao sair da Rua Mauá, praticamente ao lado da Sala São Paulo, e entrar na Rua do Triunfo, o público encontra a Sede Luz do Faroeste. Parece até ironia o agradável e bem decorado espaço da Cia. Pessoal do Faroeste – ainda mais com esse nome – estar situado no trecho ainda hostil da região da Luz, onde é possível avistar dezenas de remanescentes da Cracolândia. Mas basta entrar no teatro para o espectador ser transportado para um lugar distante dali e impreciso, onde a magia é quebrada apenas por um ou outro barulho dos carros ou transeuntes das imediações.

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Ambientado em uma área rural do Brasil, o drama “Borboleta Azul”, escrito e dirigido por Paulo Faria, buscou elementos em trechos do romance “O Estrangeiro”, de Albert Camus – nota-se também certa influência da obra de Guimarães Rosa. A plateia, porém, é conquistada pela sensível e simbólica abordagem, dispensando as referências intelectuais.

Em uma pista, ladeada por arquibancadas, está montado um simples cenário para reproduzir uma pensão sempre às moscas. Por lá, moram a amarga Cora (interpretada por Juliana Fagundes) e sua filha caçula, Belbelita (a atriz Thais Aguiar), ansiosa por mudar de vida. Mais que clientes para ocupar os quartos, as duas aguardam ansiosas uma visita. Há três décadas, a mãe vendeu seu primogênito para forasteiros, sonhando que ele enriquecesse e voltasse para buscá-las. A chegada de um misterioso hóspede, Rafael (o ator Beto Magnani), com uma mala cheia de dinheiro, pode ser a chance de elas deixarem a cidade ameaçada pela construção de uma usina.

Bem diferente da estética kitsch de “Cine Camaleão – A Boca do Lixo”, a anterior e bem-sucedida montagem da Cia. Pessoal do Faroeste, o espetáculo faz do minimalismo e simplicidade visual seus trunfos. Atriz de recursos, Juliana Fagundes impressiona como Cora, transitando pela ambiguidade, o zelo e até a perversão. O diretor Paulo Faria, no entanto, dosa com cuidado o brilho dos intérpretes. Também dúbia, a Belbelita de Thais Aguiar oscila entre a ambição, a sensualidade e o cansaço diante da rotina. Mais previsível do trio – em função do personagem e não da criação–, Magnani compensa na intensidade de Rafael. Mesmo sem ser surpreendente, a dramaturgia prende a atenção por enfocar seres com conflitos tão identificáveis e com perfis muito próprios. E, de quebra, mostra a persistência do grupo teatral em tentar levar uma plateia diferente a um canto da cidade evitado por muitos.

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