Modelo censurada nas redes sociais prepara aplicativo para comercializar suas poesias e fotos eróticas
Rayssa Potel Pereira anda se queixando de censura das redes sociais. Há duas semanas, ela afirma ter dificuldades para interagir com seus 3 000 leitores no WhatsApp. Além disso, volta e meia a página no Facebook e a conta no Instagram são bloqueadas. + O novo projeto e os vídeos mais curiosos de Clara Aguilar Há dois […]
Rayssa Potel Pereira anda se queixando de censura das redes sociais. Há duas semanas, ela afirma ter dificuldades para interagir com seus 3 000 leitores no WhatsApp. Além disso, volta e meia a página no Facebook e a conta no Instagram são bloqueadas.
+ O novo projeto e os vídeos mais curiosos de Clara Aguilar
Há dois anos, a modelo criou um modelo de negócio bem inusitado aliado a um alter ego, a “dissoluta” Rayska (“a pronuncia é ráiska, uma referência à vodca Raiska, afinal, quando a bebida entra a verdade sai”, ela explica).
Por 10 reais mensais, cada assinante recebe diariamente por WhatsApp fotos eróticas (aliás, beeeem mais apimentadas do que a imagem mais ousada desta reportagem), acompanhadas de poesias autorais. São nus artísticos, com claras influências da estética “desavergonhada” do fotógrafo americano Terry Richardson. Porém, aviso aos mais afoitos: há todos os ângulos possíveis, mas nada de pornografia.
Na plateia de seu “peep show” virtual, Rayska começou com uma turma de trinta voyeurs e hoje gerencia um grupo de 250 pessoas, ganhando por mês em média 2 500 reais. “Há outros seis grupos numa fila de espera, só não consigo liberar esse pessoal porque o WhatsApp não deixa”, explica.
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Para deslanchar seu negócio e se livrar da censura, ela está desenvolvendo um aplicativo. “Será uma espécie de Spotify de minha produção artística: haverá um conteúdo gratuito e outro exclusivo, para assinantes”, conta. Deverá lançar o produto no fim deste ano.
Paulista de Ubatuba e criada em Balneário Camboriú por uma família de classe média (seus pais são sócios de uma empresa de serviços náuticos no município catarinense), ela faz a ambientação de seus ensaios em sua quitinete, no centro de São Paulo. Por ali, gosta de andar de skate e tomar cafés, especialmente na padaria Iracema, em Santa Cecília. Há seis anos, Rayssa mudou-se para a capital paulista para estudar artes dramáticas na oficina de atores Nilton Travesso e frequentar aulas de coaching na Sociedade Brasileira de Neurolinguística. “Aqui é o máximo, não moro em outro lugar por nada”, garante.
Vive sozinha, nada de animais de estimação e, há dois anos, sem namorado. “Solteira, mas nunca solitária, sem sexo. Amo minhas amizades coloridas e não acredito em casamento.” Conta que nunca saiu com seus assinantes. “Recebo cantadas e propostas indecentes. Mas respondo de forma educada, simplesmente explico que não sou garota de programa. Assim, as pessoas continuam no grupo de WhatsApp.”
Em dez anos, Rayssa quer transformar Rayska em uma marca nacional, como uma espécie de marchand de artes eróticas. “Quero ter uma galeria física e outras na internet, só explorando o tema. Eu me vejo posando nua até o fim da vida, bem velhinha, mostrando imagens poéticas de meus peitos murchinhos”, ri.
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A seguir, uma mostra de Rayska, a pin-up poetisa da internet:
Qual o seu primeiro pensamento do dia?!
O que te vem à cabeça?!
Primeiro vc pede e depois agradece?!
Ou já és grato antes mesmo de pedir?!
Uma simples prece
Ou um ritual matinal?!
Fala que ama e não cuida
Ou toma cuidado pra não se apaixonar?!
Não toma café porque não gosta
Ou porque escurece os dentes?!
Não sente prazer
Só depois que morrer
Tá esperando o que?!
Seu coração está vazio
Ou de saco cheio?!
Tem espaço para preenchê-lo?!
Já deu suas coisas embora pra quem realmente fará bom proveito?!
Ou já deixou ao relento?!
Faz pelos outros o que não faz por ti?!
Tem dó de si?!
Ama se olhar no espelho
E não enxerga seus próprios reflexos?!
Sabe cantar o hino nacional
Ou somente marchinhas de carnaval?!
Já se perguntou hj o porquê?!
• A Resposta Se Encontra Dentro De Vc•
-RAYSKA
As pessoas me perguntam ‘mas vc não tem medo de morrer…?!’
Medo de que?!
Medo pra que?!
Eu é quem pergunto!
Como temer a única verdade da vida?!
Se este é meu último suspiro
Pra que me privar ou me cagar de medo
De algo que ainda está por vir
Medo e culpa não existem
Foram criados
E vc manipulado
Robotizado e escravizado
‘E de assalto?! E de estupro?!’
Dou tudo o que tiver que dá e sem notar
Já não sou mais refém
De mim mesma
Muito menos alguém
O que tiver que ser, será?!
Não deixei de ser perito à toa
Eu mato e morro por outras coisas
Metaforicamente falando
Poeticamente registrando
Não preciso maltratar ou violentar
Pra atingir vc ou algum objetivo
Basta meia dúzia de palavras sinceras
e um olho no olho
Pra vc sentir
Que há vida na morte
Assim como morremos no dia-a-dia
Se não vivermos o que propusemos
A sentir prazer
E um amor incondicional
Não são os falsos terroristas que mataram e tentaram calar a liberdade de expressão
São vcs mesmos
Que nos censuram
Diariamente
Por causa de um peito cristão ?!
• Artistas De Peito E Colhões •